Maria Manuel Leitão Marques, a ministra do Simplex. Aquilo que se podia fazer sem dinheiro, já foi feito; agora falta o dinheiro para fazer as coisas importantes. Muita parra, pouca uva.
Mário Centeno não tem arcaboiço para ser ministro das Finanças. De cada vez que fala, parece à beira da apneia, de tão aflito. A administração da CGD foi a sua guia de marcha. Esteve bem no ‘marketing’ do pagamento antecipado ao FMI, silencioso e eficaz. Mas da remodelação já não se livra.
Manuel Caldeira Cabral, na Economia, podia chamar-se ministro do Turismo, já que a economia só por aqui cresce, ao contrário do que tinha jurado a ‘geringonça’. Agarrou-se ao sucesso da Web Summit para ver se escapa à remodelação. Não vai a tempo.
João Pedro Matos Fernandes, no Ambiente, é um homem cómico. Disse na AR que era azar não haver bilhetes de Metro nas máquinas. Vai ficar para a história como o mordomo que serviu os sindicatos da CGTP à mesa do Orçamento.
João Soares confundiu o Facebook com a vida real, acabando sem glória a curta passagem pela pasta da Cultura que, de resto, nunca ambicionou. Diz-se que queria a Defesa mas que Cavaco Silva o terá vetado.
Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, arrasta-se penosamente pelos portos, com greves sucessivas. O Porto de Lisboa foi o mais penalizado, o movimento caiu a pique (30 %). Diverte-se a fazer nomeações, todas problemáticas.
Eduardo Cabrita, o ministro-adjunto, quis afirmar-se na reforma do Estado. Queria reverter tudo o que havia sido feito, mas como tal não era propriamente original, lembrou-se de desresponsabilizar os autarcas pelas despesas.
Pedro Marques é o ministro dos aeroportos. De cada vez que o PS é Governo, o aeroporto da Portela entope, surgindo a necessidade imperiosa de fazer outro na margem sul. Acho que é fetiche. Também há quem diga que são negócios. Dos grandes.
Azeredo Lopes teve de lidar com as mortes nas forças especiais. Mostrou ser um homem deste tempo, da ‘geringonça’, politicamente correto e progressista. Não se esqueceu de transmitir condolências ao namorado do militar (comando) que morreu.
Constança Urbano de Sousa tem estrelinha. Num ano estupidamente quente, pensou que podia tirar o mês de agosto de férias e saiu-se mal: foi apanhada a curtir numa discoteca do Algarve. Chamuscou-se mas não se queimou.
Capoulas Santos, ministro da Agricultura, amigo de Sócrates, sabe muito. Aliás, sabe mais a dormir do que o resto do Governo acordado. Tiago Brandão Rodrigues, o ministro da Educação, de tão entalado, parece o Martim Moniz, o mártir. Francisca van Dunem propôs-se remediar a Justiça com 500.000 euros – a verba de um T3 em Lisboa.
Vieira da Silva não queria a Segurança Social outra vez. Aceitou contristado, sabe que faz figura de D. Quixote a lutar contra moinhos de vento.
Manuel Heitor, quem? Augusto Santos Silva a falar dos filhos do embaixador parecia ter classe e sentido de Estado. Ao que chegámos. Do ministro da Saúde trataremos depois.
Parabéns, ‘geringonça’!