O ministro da Solidariedade, Vieira da Silva, afirmou este domingo que os indicadores da pobreza e das desigualdades sociais são ainda “demasiado preocupantes” em Portugal.
Vieira da Silva falava na cerimónia 'Portugal Solidário 2016', no Palácio da Bolsa, no Porto. Vieira da Silva defendeu que estes problemas "ficaram ainda mais fragilizados por dinâmicas sociais de afastamento entre pessoas, as suas famílias, a comunidade".
"Quase 20% dos portugueses viviam abaixo do linear de pobreza”, esclareceu o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, informando ainda que a "taxa de pobreza infantil estava perto dos 25%, acima da média do conjunto da população e acima da média europeia".
"Entre 1980-2015, a despesa do Estado com a cooperação, ou seja, o esforço de cooperação com a sociedade civil, cresceu 11 vezes (…). Nenhuma outra área da despesa do Estado ou da utilização dos recursos públicos cresceu com esta dimensão. Ultrapassa hoje os 1.500 milhões de euros", afirmou.
O ministro referiu ainda que se se comparar "com um momento mais próximo", a despesa do Estado com a cooperação "cresceu três vezes em termos reais quando comparado com o valor que existia de cooperação em 1995". "E estou apenas a referir-me aos valores que são suportados pelo orçamento da Segurança Social", sublinhou.
Segundo Vieira da Silva, a saída de portugueses para o estrangeiro também tem piorado o problema: "O recente fenómeno de emigração veio agravar" estas questões, afirmou o governante, defendendo que a resposta a uma situação destas tem que "envolver os vários setores da sociedade, o poder local e o estado central".