França. Manuel Valls vai apresentar candidatura à presidência

Primeiro-ministro terá de vencer primeiro as eleições internas do Partido Socialista

Manuel Valls está prestes a formalizar a sua intenção de concorrer ao mais alto cargo político de França. O atual primeiro-ministro socialista divulgou um comunicado no qual informa que irá fazer, esta segunda-feira, uma declaração pública ao país, pelas 18h30 (menos uma hora em Portugal) e a imprensa francesa aposta no anúncio oficial da candidatura às primárias do Partido Socialista, com vista à nomeação presidencial.

A iminente apresentação da candidatura de Vallls à presidência da República Francesa não é propriamente uma surpresa, principalmente depois de o atual chefe de Estado, François Hollande, ter anunciado, na passada quinta-feira, que não iria concorrer à reeleição, “consciente dos riscos de seguir um caminho que não reuniria apoio suficiente”.

As primeiras batalhas do primeiro-ministro no caminho para o Eliseu estão, então, marcadas para o final do mês de janeiro do próximo ano, nas eleições internas socialistas. Emmanuel Macron era visto como o alvo a abater, mas o ex-ministro da Economia optou por renunciar ao apoio do partido e anunciou, em meados de novembro, que irá concorrer como independente, pela plataforma centrista “En Marche!” (“Em Movimento!”).

Descartada a disputa com o antigo ministro, sobram poucas soluções à esquerda moderada para beliscar o favoritismo de Valls, entre os sete candidatos que já oficializaram a corrida às primárias. Uma realidade que levou, inclusivamente, o conhecido economista Thomas Piketty a sugerir ao candidato presidencial pelo Parti de Gauche, Jean-Luc Mélechon, que se candidate às eleições internas do Partido Socialista.

O nomeado presidencial do partido no governo terá a difícil tarefa de se desagrilhoar dos atuais níveis de impopularidade recorde de Hollande, ao mesmo tempo que terá de convencer um eleitorado francês cada vez mais inclinado para a direita e insatisfeito com as políticas do chamado sistema. O conservador e ultraliberal François Fillon e a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, são os grandes favoritos a disputar a segunda volta das presidenciais, marcadas para maio.