O Departamento de Investigação Criminal de Leiria deteve esta semana um gang de seis homens, suspeitos da prática de crimes violentos nos últimos meses. Em causa estão os crimes de extorsão, furto qualificado, detenção de armas proibidas, tráfico de droga, resistência e coação sobre funcionário, ofensa à integridade física e ameaça.
Os homens, com idades entre os 20 e os 47 anos, atuavam sobretudo no Entroncamento e Torres Novas. As práticas criminosas duraram mais de um ano, período durante o qual o grupo «aterrorizou» as populações das duas cidades. Segundo a investigação, os comerciantes da região e as pessoas com maior capacidade económica eram os dois principais alvos dos alegados criminosos.
Ameaças e fuga
Segundo o Correio da Manhã, os homens impunham serviços de segurança aos comerciantes que, recusando-se a pagar, eram espancados e viam as suas lojas destruídas. Mas mesmo os que pagavam o que lhes era exigido não se livraram de serem alvos desses crimes. Muitos foram agredidos e assaltados, ficando alguns deles sem as máquinas de tabaco e de café dos seus estabelecimento. Já os particulares eram forçados a oferecer bens para não serem vítimas de ataques. Alguns empresários chegaram a ter que passar carros – um BMW e um Volkswagen Scirocco – para o nome dos elementos do grupo para evitar ataques à família.
Os suspeitos conseguiram assim, com recurso a violência e ameaças, enriquecer ilicitamente. De acordo com a investigação levada a cabo o esquema permitiu arrecadar vária dezenas de milhares de euros.
Polícias ameaçados
Os crimes chegaram até aos agentes da PSP que tentaram travar o grupo durante a investigação. Também eles foram vítimas de ameaças de morte às mulheres e aos filhos. Entre os episódios que são apontados a este grupo, há ainda referência a pelo menos uma invasão de esquadra, que teve como objetivo a intimidação dos polícias. Além disso, os homens faziam questão de mostrar que estavam a par da vida pessoal dos agentes, fornecendo, por exemplo, o nome das escolas que os filhos frequentavam.
Antes de ser detido, o gang chegou a disparar contra a PSP durante a perseguição. Serão agora presentes a juiz para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.
Menor localizada
No âmbito da operação, a PJ acabou também por localizar uma menor de 16 anos que desde Julho se encontrava desaparecida da instituição que a tinha acolhido, Tudo indica que a menor vivia com um dos detidos, mas aparentemente não existem referências à sua participação nos crimes.
