A diretora da agência antidoping da Rússia, Anna Antseliovich, admitiu a existência de um sistema generalizado no país, em "larga escala", de uso de substâncias dopantes numa entrevista ao "New York Times", assumindo mesmo ter ficado "chocada" com as conclusões do relatório do jurista canadiano Richard McLaren, onde este denuncia um programa institucionalizado de dopagem na Rússia, que implicou cerca de mil atletas em práticas ilegais nos Jogos Olímpicos de verão Londres 2012 e de inverno Sochi 2014.
Por causa do mesmo, a Rússia foi impedida de competir nas provas de atletismo dos Jogos do Rio de Janeiro 2016 e também toda a equipa paralímpica russa foi excluída pelo Comité Paralímpico Internacional (CPI) da competição realizada no Rio de Janeiro.
Anna Antseliovich, todavia, negou a tese de que a rede de dopagem entre os atletas de elite tenha sido patrocinada pelo Estado.
Já Vitaly Smirnov, antigo ministro do desporto e ex-presidente do Comité Olímpico da Rússia, escolhido agora por Vladimir Putin para supervisionar uma política de reformas no desporto do país, enveredou pela mesma ideia e referiu até que houve "tolerância zero" para com os russos em relação a outros exemplos no passado. "A Rússia nunca teve as oportunidades dadas a outros países. O sentimento geral é de que a Rússia nem sequer teve uma oportunidade [de se defender]", disse, também em entrevista ao New York Times.