O mundo de olhos em Verstappen

O mais jovem piloto de sempre na Fórmula 1 é também o mais entusiasmante em competição, ainda por cima depois do adeus do campeão Rosberg. O novo ano pode ser o da consagração 

Dezoito aninhos apenas, mas uma personalidade tão, tão forte. Max Verstappen, indiscutivelmente o piloto mais entusiasmante na Fórmula 1 em 2016. É certo que foi Nico Rosberg a dominar as manchetes finais, com o título mundial e o adeus à modalidade poucos dias depois, mas foram as loucuras – e os feitos – de Verstappen a fazer correr rios de tinta ao longo do ano. E é mais do mesmo que se espera para 2017. Com uma diferença: desta feita, o piloto holandês – o mais jovem de sempre a competir na Fórmula 1 – é visto já como candidato a vencer a competição, depois de ter terminado o ano de 2016 em quinto. No seu alforge, tem mais alguns recordes: o mais jovem a conduzir num Grande Prémio (17 anos e três dias); o mais jovem piloto a pontuar (17 anos e 180 dias, logo à segunda corrida, ainda pela Toro Rosso).

«Não foi difícil para nós, e para as equipas de topo, perceber o extraordinário talento que ele tem. É o tipo de pilotos que pode começar logo na Fórmula 1. Não precisa de mais experiência noutros campeonatos de promoção». A frase foi proferida por Helmut Marko, conselheiro da Red Bull, ainda em 2014, e validava a aposta num jovem que ainda não tinha completado 17 anos no dia em que se comprometeu a representar a Toro Rosso em 2015. Filho de outro antigo piloto – Jos Verstappen, que fez 106 corridas entre 1994 e 2003 e conseguiu dois pódios -, o jovem Max não demorou a dar que falar. No Mónaco, em 2015, não acabou a prova depois de embater em Romain Grosjean, mas proporcionou um dos episódios mais espetaculares da temporada, ao conseguir sucessivas ultrapassagens aproveitando o embalo de pilotos que estavam a dobrar.

Em 2016, perdem-se as contas às polémicas. As mais duras foram protagonizadas com Sebastien Vettel, da Ferrari, e tiveram o ponto alto no Grande Prémio do México, antepenúltimo do ano: aí, na sequência de várias manobras perigosas que fez para se defender dos ataques de Vettel, acabou por perder o terceiro lugar na secretaria. Picou-se com Rosberg, com Hamilton, e sofreu duras críticas dos antigos campeões Jacques Villeneuve – «Parece que a FIA o protege. Querem que ele seja uma estrela, mas é inaceitável o que ele faz. Ainda vai matar alguém» – e Nikki Lauda – «Precisa de um psiquiatra». Seja como for, Verstappen será sempre um nome incontornável da Fórmula 1 em 2017.