O concurso ainda não acabou e as negociações vão continuar, mas há muito que todos garantem que havia, até ontem, um concorrente que ia claramente à frente: o fundo norte-americano Lone Star.
A proposta consiste no pagamento de 750 milhões de euros e prevê ainda o investimento de um valor igual para reforçar a solidez do banco, algo que vale cerca de 15% dos 4900 milhões que o Estado injetou no Novo Banco em agosto de 2014. Além disso, o fundo propõe-se gerir o risco e a eventual recuperação do capital com o Estado. ainda que deixe claro que é preciso negociar toda esta matéria com a Comissão Europeia. Recorde–se que o Lone Star já soma experiência na aquisição de instituições europeias em dificuldade.
Nesta corrida têm estado também as propostas do China Minsheng que, ao que tudo indica, não terá dado as garantias necessárias, e o consórcio que juntou Apollo, Centerbridge e ainda a vontade de Violas Ferreira, e que terá estado entretanto em Lisboa a tentar igualar ou superar a oferta do Lone Star.
Aliás, embora o fundo Lone Star tenha sido, nos últimos dias, o candidato que mais somou e seguiu na linha da frente, a verdade é que as negociações ainda não estão fechadas. E é também neste sentido que o Conselho de Ministros vai estar hoje reunido para discutir o que fazer no caso do Novo Banco.
Centeno não fecha a porta
Para o governo, é tempo de não afastar nenhuma das soluções e pensar qual é, afinal, o melhor caminho. A garantia foi dada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, que, em entrevista ao “DN”/TSF, explicou que não é “adequado eliminar nenhum tipo de abordagem em relação ao Novo Banco”.
“Nada está fora de questão quando se trata de garantir a estabilidade do sistema financeiro”, explicou quando confrontado com a hipótese de nacionalizar a instituição, caso a venda da instituição falhe.
“O Novo Banco tem um papel também muito importante no sistema bancário português, financeiro, aliás, precisamente por causa do financiamento às pequenas e médias empresas – é um banco absolutamente de charneira, nessa dimensão – e tem de ser tida em conta essa relevância em todas as decisões que forem tomadas”, explicou ainda o responsável pela pasta das Finanças.
Próximo do fim
Para Mário Centeno, que não acredita que seja bom colocar datas-limite para ser encontrada uma solução, o processo está cada vez mais próximo do fim. E esclarece que há decisões que já foram tomadas, nomeadamente o facto de não existir a possibilidade de o Estado dar qualquer garantia pública “que ponha em risco dinheiro dos contribuintes”: “O que nós temos dito e mantemos é algo que foi dito há mais ou menos um ano pelo governo e que é o de envolver dinheiro dos contribuintes em negócios privados na banca. Esse é o patamar adicional que nós não estamos dispostos a ultrapassar.”
Até ao fecho desta edição, o Banco de Portugal estava reunido a discutir qual era a melhor proposta.