É, no fundo, aquilo que todos perseguimos, que todos ambicionamos, seja na versão eterna ou momentânea. A mais comum das respostas – e parece-me mais acertada – é que não há forma de medir, em absoluto, o que nos faz feliz. Pela simples razão de que o que nos faz feliz varia. Varia de sociedade para sociedade, de pessoa para pessoa, de momento da vida para momento da vida. Mas será mesmo assim? Será a felicidade algo assim tão inconstante ou, pelo contrário, existem aspetos que são fundamentais para que sejamos, ou possamos ambicionar ser, felizes.
Foi em 1938 que investigadores de Harvard, EUA, começaram a seguir dois grupos de rapazes, 824 no total. De um lado, 268 finalistas da Universidade de Harvard, entre os quais Jonh F. Kennedy; do outro lado, 456 rapazes dos subúrbios de Boston. As primeiras conclusões públicas deste estudo foram dadas a conhecer por George Vaillant, o terceiro homem a liderar esta investigação, cargo que assumiu até 2003. Segundo ele, as relações estreitas ao longo da vida influenciam mais o sucesso e o bem-estar do que o contexto, a genética ou a inteligência. Ou seja, os participantes que denunciaram relações fortes com os pais, os amigos e as companheiras estavam melhor na vida.
A propósito destas conclusões, Vaillant viria a resumir, dizendo: “A felicidade é o amor. Ponto final.” Já Robert Waldinger, o homem que se seguiu a Vaillant na liderança deste estudo – e o grande responsável pela atenção mediática que este teve nos últimos meses, após uma Ted Talk que vai já acima dos 12 milhões de visualizações – reafirma que as lições a retirar destes estudo são simples e têm a ver com relações próximas e de qualidade. Como o próprio sublinhou na sua Ted Talk, citando Mark Twain: “Não há tempo, tão breve é a vida, para discussões, desculpas, amarguras, prestação de contas. Só há tempo para amar, e mesmo isso é só um instante.”