O líder da revolução islâmica do Irão, o aiatola Ali Khamenei, encabeçou a oração no funeral do antigo presidente do Irão, o aiatola Ali Akbar Hashemi Rafsanjani. O antigo presidente será enterrado junto ao mausoléu onde repousam os restos mortais do líder histórico da revolução islâmica, aiatola Khomeini.
Centenas de milhares de iranianos juntaram-se, na terça- -feira, na zona da Universidade de Teerão para prestar tributo ao antigo presidente. Todas as ruas da área estavam cortadas ao trânsito, enquanto centenas de milhares de pessoas enchiam as avenidas que conduzem à universidade da capital iraniana. Viam-se no meio da multidão muitos retratos do antigo presidente ao lado do líder histórico da revolução islâmica iraniana, Khomeini. Rafsanjani foi durante muito tempo considerado o braço direito do líder histórico da revolução. Foi presidente do Irão entre 1989 e 1997 e dirigiu a influente Assembleia dos Sábios, órgão que na estrutura do regime tem o poder de fiscalizar, eleger e, eventualmente, destituir o líder supremo, uma espécie de autoridade moral da revolução que paira sobre todos os outros poderes existentes, inclusive o presidencial.
O antigo presidente faleceu no domingo com 82 anos, vítima de enfarte. É considerado pelos observadores um dos principais estrategas do regime iraniano, tendo desempenhado um papel fundamental nos círculos políticos xiitas antes e depois da revolução de 1979.
O líder supremo, Khamenei, qualificou, durante o elogio fúnebre, o falecido como “companheiro de luta e amigo”, tendo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohamad Yavad Zarif, definido o antigo presidente como “um grande cientista, um distinto ulemá [teólogo e homem de fé], um guerreiro incansável e um amigo de toda a vida do imã Khomeini e do líder supremo [Khamenei]”.
Rafsanjani foi, entre outras coisas, responsável pela aproximação dos iranianos aos russos. Viajou em 1989 para a ainda União Soviética, tendo-se encontrado nessa altura com o presidente Gorbachov e reatado as relações entre os dois países. Os vários acordos então assinados foram a base da cooperação e aliança entre o Irão e a Rússia depois do desmoronamento da União Soviética.
O presidente russo, Vladimir Putin, principal aliado do Irão, expressou as suas condolências ao embaixador iraniano em Moscovo, Mehdi Sanai.