O pintor, que cumpriu 91 anos anteontem, dia 10 de janeiro, encontra-se internado, razão pela qual não marcou presença nas cerimónias fúnebres do amigo Mário Soares.
Contactada, a equipa do Atelier Museu Júlio Pomar disse não possuir qualquer informação. Foi o filho, Alexandre Pomar, presidente da Fundação que leva o nome do seu pai, que acabou por confirmar a informação ao sol, esclarecendo que “o estado clínico [do pai] tem evoluído bem”. No entanto, Alexandre Pomar preferiu não prestar mais declarações, não se sabendo as razões que ditaram este internamento.
Júlio Pomar é o autor do retrato oficial de Mário Soares, datado de 1992 e patente na galeria dos antigos chefes de Estado, no Museu da Presidência do Palácio de Belém. Este retrato começou a nascer muitos anos antes, em 1947, quando os dois estiveram presos na cadeia de Caxias. Contou Soares que os dois passavam os dias juntos, um a pintar, o outro a ler. Terá sido num desses longos dias de cárcere que especularam sobre o que seriam no futuro: Soares disse que Pomar seria o maior pintor português, já o pintor disse que Soares seria Presidente da República. As previsões estavam certas.