Lisboa tem assistido, na última semana, a aterragens e descolagens de um avião pouco comum em Portugal, um Antonov. Uma aeronave de carga de origem russa, com 24 rodas e que tem, neste caso, tripulação ucraniana.
Ao todo, vão ser feitos dez voos, um de dois em dois dias, e o objetivo é levar mais de 700 toneladas de material do Exército português para a República Centro-Africana.
A maior parte do contingente português, que inclui cerca de uma centena de Comandos, irá partir na próxima terça-feira, dia 17 de janeiro, e vai juntar-se aos 12 mil capacetes azuis que nos últimos tempos foram alvo de emboscadas no país africano.
No último carregamento em Lisboa, o comandante da força portuguesa, o Tenente Coronel Paulino, em declarações à TSF, avançou que foi um "desafio" montar toda esta logística e aplicar, na prática, algo que antes só conheciam na teoria: uma projeção ou transporte de tantos meios por via aérea que em perto de 20 dias vai permitir colocar, "rapidamente", mais de 700 toneladas de material que inclui, por exemplo, 55 viaturas, a maioria de combate.
Juntamente com o material, já começaram a ir também alguns militares. A maior parte dos que vão para África são do Exército, quase todos dos Comandos, mas também há alguns membros da Força Aérea.
Cada viagem de um Antonov leva mais de 70 tonaledas de material e todas as partidas são rodeadas de intensas medidas de segurança por parte do Aeroporto de Lisboa.
Por sorte ou coincidência, um dos militares dos Comandos que vai para a República Centro-Africana, Vadim Zolozny, é português mas é filho de pais ucranianos, o que tem facilitado na tradução e nos contactos com a tripulação ucraniana que o avião transporta.