A propósito da estreia nas salas portuguesas, no próximo dia 19, do filme “Silêncio”, de Martin_Scorsese, dedicamos uma boa parte deste B.I. aos jesuítas. O filme do realizador norte-americano – que assinou sucessos como “Taxi Driver”, “Touro Enraivecido”, “Tudo Bons Rapazes” e, mais recentemente, “O Lobo de Wall Street” – recua até ao século XVII para contar a história de dois padres jesuítas portugueses que viajam até o Japão numa época em que o catolicismo foi banido naquele país, acabando por enfrentar uma perseguição violenta.
No B.I., além de procurarmos explicar a história dos jesuítas e a sua presença no Japão, mas também no resto do mundo, a jornalista Mariana Madrinha foi perceber o que são os Exercícios Espirituais, criados por Inácio de Loiola no século XVI, e que continuam a ser praticados em todo o mundo. Só em Portugal, no ano passado, mais de 2200 pessoas passaram por este processo de retiro e silêncio, que pode durar apenas uns dias ou prolongar-se por um mês.
Transversal a todos os testemunhos recolhidos parece ser a importância do silêncio para encontrar respostas, caminhos e soluções para a vida.
De facto, nos tempos que correm, em que tudo é imediato, em que esperar é verbo que já não se conjuga, em que as respostas passaram a estar todas à distância de um clique, mais do que de uma conversa – com outra pessoa ou com nós próprios – torna-se cada vez mais difícil viver e usufruir do silêncio. Mas, apesar de assustador para alguns, o silêncio torna-se ainda mais fundamental nesta era de sobressalto. Para os jesuítas este silêncio é encontrado através destes Exercícios Espirituais, mas outras soluções existirão, até fora das religiões – há, por exemplo, em Portugal, retiros detox de tecnologia. Basta queremos desligar do mundo, para nos ligarmos a nós próprios.