O inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito da zona euro revela que, para os cinco grupos bancários da amostra portuguesa, “os critérios de concessão de crédito ao setor privado não financeiro permaneceram em termos globais estáveis nos últimos três meses, por comparação com o trimestre anterior”.
No entanto, e de acordo com o documento relativo a janeiro de 2017, “algumas instituições indicaram que as pressões exercidas pela concorrência terão contribuído para uma ligeira redução da restritividade na concessão de crédito”. Uma outra instituição indicou ainda “que a redução na perceção de riscos associados às perspetivas para o mercado de habitação e à situação económica em geral terá contribuído para critérios ligeiramente menos restritivos nos empréstimos a particulares”.
No inquérito, disponibilizado pelo Banco de Portugal (BdP) lê-se ainda que “dois bancos indicaram uma ligeira redução dos spreads aplicados nos empréstimos de risco médio concedidos a empresas e a particulares para habitação”, enquanto “um banco indicou uma evolução semelhante nos empréstimos concedidos a particulares para consumo e outros fins”.
O documento revela também que, para os primeiros três meses do ano, “a generalidade das instituições inquiridas não antevê alterações nos respetivos critérios de aprovação de crédito ao setor privado não financeiro”.
Procura O inquérito do BdP revela ainda que “no quarto trimestre de 2016 registou-se, em termos gerais, uma estabilização na procura de empréstimos por parte das empresas”.
Já para os particulares, os bancos “reportaram em termos globais um ligeiro acréscimo”. Três grupos revelaram que houve mais procura “de empréstimos para aquisição de habitação” e dois indicaram “um ligeiro acréscimo da procura para consumo”. Como razões para a maior procura dos particulares, os bancos destacam a “confiança dos consumidores, as perspetivas para o mercado de habitação, o nível geral das taxas de juro e as despesas de consumo relativas a bens duradouros”.
Para os próximos três meses, no caso das empresas, “um banco antevê um aumento geral da procura de empréstimos ou linhas de crédito” e dois bancos preveem “um aumento da procura” por parte das PME.
No caso dos particulares, apenas “duas instituições esperam um aumento ligeiro da procura” tanto para habitação como para consumo.
Europa A nível europeu, o inquérito revela que os empréstimos às empresas foram mais restritos no último trimestre de 2016 por comparação com o anterior. Esta foi a primeira restrição desde os últimos três meses de 2013. A justificação é a menor tolerância ao risco por parte das instituições financeiras.
Já os critérios para concessão de crédito à habitação estão sem alterações e, para este primeiro trimestre do ano, a expetativa é que os critérios de concessão para todas as categorias de empréstimos sejam um pouco menos restritivos.