Pedro Madeira Rodrigues apresentou esta quinta-feira a lista de candidatura à presidência do Sporting, onde figuram dois nomes que pertenceram à direção de Bruno de Carvalho: Vítor Ferreira, ex-vice-presidente, que será o responsável pelas relações institucionais; e Rui Morgado, candidato à presidência da Mesa da Assembleia Geral.
Antes de apresentar o programa eleitoral, o candidato à direção leonina apontou baterias à postura, discurso e promessas de Bruno de Carvalho, prometendo "recuperar o tempo perdido nos últimos quatro anos". "Este é um projeto ganhador. Vamos introduzir uma estrutura moderna e profissional para o futebol, que garantirá rigor nas contratações e dispensas e evitará que se façam erros por incompetência. Não é admissível que se tenham cometido erros como os que se cometeram nos últimos anos". Revelou contar com Jorge Jesus até ao fim do contrato deste – faltam dois anos e meio -, salientando a necessidade da aposta na formação e na equipa B como um trampolim para os AA: "Vamos reforçar a nossa formação que será a nossa força brutal, motor do desenvolvimento estruturante do nosso clube.
Madeira Rodrigues manifestou ainda o desejo de que o Sporting volte a deter a maioria do capital da SAD, preparando para isso a recompra de VMOC's. "Foi com a atual direção que a Academia do Sporting deixou de ser nossa e é propriedade de um banco. Estamos a preparar um consórcio de investidores para resgatá-la e para que esta nossa joia da coroa volte para o Sporting, de onde nunca deveria ter saído", acusou ainda.
O discurso do candidato, na verdade, foi bastante direcionado para o futuro, mas também para o presente, com rasgadas críticas à gestão de Bruno de Carvalho. E promessas de muitas, muitas mudanças. "Dividir é fácil, mas voltar a unir a família leonina só eu vou conseguir fazer. A comunicação será dada a quem merece: aos nossos atletas e equipas técnicas. Estou cansado de ver no meu clube complexo de inferioridade em relação a outros e de ver uma liderança egocêntrica que se acha acima do Sporting", atirou, completando: "No dia 4 de março iremos dar uma resposta aos presidentes do Sporting que se autointitulam salvadores do Sporting, mas o Sporting não precisa de salvadores, mas, sim, de um programa, de uma organização e de uma equipa com capacidade para o implementar. Vamos trazer para o Sporting uma estratégia clara para o futuro, que passa, desde logo, por criar e colocar em prática um manual identificador de propósitos, perfis e comportamentos internos. Para, por exemplo, evitar que se repitam os lamentáveis episódios que assistimos no final do jogo da Taça e do Campeonato, ambos em Chaves."
E o Benfica também não ficou fora da equação. "Termos, como temos hoje, um clube rival a dominar por completo o futebol português, é bem revelador da incompetência desta atual Direção. Com as pessoas certas, com o trabalho diário e persistente, vamos conseguir inverter esta situação", prometeu, revelando ainda ter sido "ameaçado" pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares: "Disse que me colocava um processo, o que considero inaceitável e revela bem a falência moral e o completo desnorte desta atual equipa dirigente."
As eleições à presidência do Sporting realizam-se a 4 de março. Além de Madeira Rodrigues, só o atual presidente dos leões, Bruno de Carvalho, apresentou até agora candidatura.