Pela primeira vez em três anos, os portugueses tiveram resultados discretos no Abierto Sudamericano Amateur, um jovem torneio de apenas 12 edições que tem vindo a ganhar prestígio internacional e que funciona como uma boa etapa de preparação para o exigente calendário da Associação Europeia de Golfe (EGA), que arranca todos os anos com o Campeonato Internacional Amador de Portugal.
Depois de Vítor Lopes ter assegurado dois top-20 em 2015 e 2016, e de Tomás Silva garantir um top-15 em 2016, seria natural sonhar com uma boa classificação no Martindale Country Club, nos arredores de Buenos Aires, mas tanto Vítor Lopes como Pedro Lencart terminaram na segunda metade da classificação, numa prova que contou com 72 participantes, tendo 71 deles completado as quatro voltas.
Vítor Lopes, o nº1 amador portugues em 2015, concluiu o 12º Abierto Sudamericano Amateur no grupo dos 36º classificados, com 296 pancadas, 8 acima do Par, somando voltas de 73, 74, 75 e 74. Empatou com outros quatro jogadores e ainda pareceu plausível um terceiro top-20 consecutivo, pois era 22º aos 18 buracos.
Já o campeão nacional amador, Pedro Lencart, de apenas 16 anos, estava a estrear-se no torneio, e terminou este campeonato (que atribuiu pontos para o ranking mundial amador) no 63º posto, com 307 pancadas, 19 acima do Par, juntando voltas de 77, 75, 77 e 78.
Ao longo das quatro voltas, Vítor Lopes colecionou 13 birdies, mas sofreu também 15 bogeys e 3 duplos-bogey, enquanto Pedro Lencart fez 1 eagle, 12 birdies, 14 bogeys, 8 duplo-bogeys e 1 triplo-bogey.
«Foi um torneio muito positivo a nível do jogo do tee ao green. Infelizmente tenho de trabalhar no meu putt. Devo ver as linhas de forma a ter certezas e não estar em dúvidas. A organização (esteve) cinco estrelas e o campo (é) super justo. Houve também um justo vencedor», disse Vítor Lopes, referindo-se ao francês Paul Chaplet, que ganhou com 274 (69+70+66+69), -14, batendo por 2 o chileno Joaquín Niemann.
«Foi um torneio muito bem organizado, num bom campo. Infelizmente, não consegui jogar ao meu melhor nível no jogo longo, mas não deixou de ser uma boa experiência», declarou, por seu lado, Pedro Lencart, elogiando também o trabalho da Federación Sudamericana de Golf, em colaboração com a Asociación Argentina de Golf e o apoio do R&A.
Os dois jogadores portugueses deslocaram-se à Argentina acompanhados e orientados pelo treinador Hugo Pinto, nomeado para o efeito pela FPG.
O profissional algarvio ao serviço da FPG fez a seguinte avaliação: «Estes torneios trazem sempre grandes e importantes aprendizagens, quer para os jogadores, quer para os treinadores que os acompanham. Reforço e destaco a prestação do Vítor Lopes no jogo do tee ao green, a determinação do Pedro Lencart em procurar o seu melhor jogo em momentos adversos e penalizantes, a excelente organização do torneio e a partilha de conhecimentos e experiências entre todos os protagonistas. Os resultados dos portugueses não foram coincidentes com os excelentes momentos de golfe que produzimos, mas os jogadores saíram da competição mais experientes e completos. Da minha parte, deixo um agradecimento à Federação Portuguesa de Golfe e aos dois magníficos jogadores que me deram o prazer de partilhar a competição».
Recorde-se que na semana anterior ao campeonato argentino, Vítor Lopes e Pedro Lencart decidiram entre si o 1º Torneio do Circuito Allianz, disputado no Faldo Course do Amendoeira Golf Resort, com o algarvio a bater o nortenho no play-off.
Os dois jogadores voltarão a estar juntos, integrados na seleção nacional da FPG, no Campeonato Internacional Amador de Portugal, em fevereiro, no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela.