E de repente… Roger Federer. Depois de vários meses arredado dos courts, devido a persistentes lesões, o tenista suíço – visto por muitos amantes da modalidade como o melhor de sempre – reapareceu em grande forma no Open da Austrália.
Na madrugada de domingo, bateu o japonês Kei Nishikori, número cinco mundial, por 6-7(5), 6-4, 6-1, 4-6 e 6-3, numa batalha de 3 horas e 23 minutos, apurando-se para os quartos de final do Grand Slam australiano pela 13ª vez nos últimos 14 anos. Esta foi a segunda vitória consecutiva de Federer, atual nº 17 do ranking, sobre um top-10 – a primeira vez que o consegue desde 2013. Mas, bem mais relevante: com esta, são já 200 as vitórias do suíço sobre um top-10 na sua carreira!
Números incríveis… mas que pouco dizem ao astro. “É ótimo, acho eu. Não sabia que estava prestes a atingir esse marco. E o mais provável é que amanhã já me tenha esquecido”, disparou Federer no fim do encontro, de forma desconcertante. “Só sei que joguei muito ténis. Corri muito. Esta noite foi especial, sem dúvida. Ganhar ao Kei em cinco sets na Rod Laver Arena depois de recuperar [de um set abaixo] é muito especial. A forma certa de celebrar esse marco”, completou.
De facto, a tarefa esteve longe de ser fácil. No primeiro set, Nishikori foi quase sempre superior, com Federer a recuperar e a vencer os dois parciais seguintes de forma imperial. Mas o japonês nunca desistiu – apesar das persistentes dores na anca esquerda, onde tem uma lesão crónica – e levou a decisão do duelo para um quinto set; aí, porém, o helético mostrou-se mais forte fisicamente, mostrando que a idade (35 anos) nem sempre é o fator diferencial.
vem aí uma surpresa Segue-se, no caminho de Federer, uma das figuras do torneio até ao momento: Mischa Zverev, responsável pela surpreendente eliminação de Andy Murray, nº 1 do mundo. A disputar pela primeira vez os oitavos de final em torneios do Grand Slam, o alemão venceu por 7-5, 5-7, 6-2 e 6-4, em três horas e 33 minutos, numa exibição extraordinária – disparou 52 winners e ganhou 65 pontos junto à rede!
De Federer, Zverev não tem grandes recordações: na única vez que se defrontaram, em Halle (2013), o suíço venceu por 6-0… e 6-0. Agora, porém, a história não se poderá repetir, porque em Melbourne terão de se jogar pelo menos três sets.