Os valores dos custos para Portugal relacionados com as alterações climáticas atingem já (valores referentes a um período entre 1980 e 2013) os 6,8 milhões de euros, dos quais apenas 300 milhões (cerca de 4% do total), se encontravam cobertos por seguros. Isto representa um custo per capita de 665 e 0,14% do produto Interno Bruto. Face a estes números, a associação ambientalista Zero reclama o o avanço do Roteiro Nacional de Carbono Neutro para 2050 e o desenvolvimento de iniciativas locais e nacionais no âmbito da Estratégia Nacional de Adaptação às alterações Climáticas.
Esta é uma das conclusões hoje divulgadas no Relatório Europeu sobre Impactes e Vulnerabilidades às Alterações Climáticas da Agência Europeia do Ambiente, que avalia as últimas tendências e projeções sobre as alterações climáticas e os seus impactos em toda a Europa.
O relatório mostra que as consequências das alterações climáticas são cada vez mais reais e os recordes batidos nos últimos anos são prova disso. Recorde-se que a temperatura global e europeia atingiu níveis nunca antes registados em 2014, 2015 e 2016. Além disso, os dados reunidos pela Agência Europeia mostram também que os padrões de precipitação estão a mudar, com as zonas húmidas da Europa a tornarem-se mais secas e as já tradicionalmente secas, a reforçarem essa característica. Já as condições meteorológicas extremas serão cada vez mais frequentes, com a A Europa a enfrentar subidas do nível do mar, ondas de calor mais frequentes e intensas, inundações, secas e tempestades.
Na publicação, o sudeste e o sul da Europa são projetados como zonas hotspots, com o maior número de sectores e domínios a serem gravemente afetados. Espera-se para estas zonas ondas de calor cada vez mais frequentes e um aumento de doenças infecciosas relacionadas com o clima.