Há cada vez mais homens a repartir com a mulher a assistência nos primeiros meses de vida do filho. Em 2016, entre janeiro e novembro, a partilha nos cuidados ao recém-nascido foi a opção de quase 22 mil homens num ano em que nasceram mais de 87 mil bebés, revela o Jornal de Notícias, lembrando que no mesmo período de 2015, esse direito foi exercido por 19510 homens.
Apesar do aumento, esta é uma realidade longe de ser a mesma para homens e mulheres. Se, entre os casais que optam pela repartição da licença de parentalidade, os pais ficam, em média, 27 dias a cuidar em exclusivo do bebé, significa que as mulheres estiveram quatro ou cinco meses com a criança, dependendo da duração da licença, que pode ser de quatro ou cinco meses, ou, quando partilhada, cinco ou seis meses.
O perfil do homem que partilha a licença de parentalidade é trabalhador por conta de outrem, tem entre 30 e 39 anos e reside na zona de Lisboa e Vale do Tejo.
A lei passou a contemplar a possibilidade de partilha da licença em 2009. Esta é uma opção que tem crescido todos os anos, com exceção de 2013. Entre Janeiro e Novembro do ano passado, 68% dos casais optaram por ficar seis meses com o filho, mesmo que isso signifique uma penalização financeira, tendo em conta que a licença de 180 dias é paga a 83%.