O governo norte-americano anunciou esta sexta-feira sanções financeiras contra 25 entidades e indivíduos iranianos ligados ao programa balístico de Teerão, dois dias depois de o conselheiro para a segurança nacional da Casa Branca ter ameaçado regressar à linha dura de respostas às iniciativas militares do regime, interrompida depois de assinado o acordo nuclear concebido pela administração de Barack Obama.
As novas sanções estão relacionadas com o teste, no domingo, de um míssil balístico de médio alcance, algo que, aos olhos de Washington, constitui uma provocação militar. “O Irão está a brincar com o fogo!”, escreveu no Twitter Donald Trump, que na campanha criticou repetidamente a aprroximação diplomática ao Irão, acusando-o de financiar grupos terroristas no Médio Oriente e se aproveitar da fraqueza do seu antecessor.
As sanções interditam 25 empresas e indivíduos – onde se incluem figuras das poderosas Guardas Revolucionárias da República Islâmica – de negociar ou contactar com entidades norte-americanas, congelando-lhe, para além disso, quaisquer bens nos Estados Unidos. “A administração Trump não tolerará mais as provocações do Irão que ameaçam os nossos interesses”, escrevia esta sexta-feira o conselheiro nacional de segurança, Michael Flynn.
O Irão, por sua vez, anuncia punições suas, retomando o jogo de sanções e contra-sanções que caracterizava a interação entre os dois países antes da reaproximação diplomática. Teerão sugere que pode protestar junto das Nações Unidas as novas restrições americanas, indicando que são contrárias aos compromissos do acordo nuclear. Teerão afirma, para além disso, que vai punir entidades e cidadãos norte-americanos que apoiam “grupos terroristas regionais” – numa possível alusão ao financiamento e armamento americano de grupos rebeldes sírios.