O antigo bilionário brasileiro, Eike Batista, parece disposto a contar tudo o que sabe sobre o esquema de corrupção com epicentro na petrolífera brasileira Petrobras, de acordo com pessoas próximas do empresário recentemente em contacto com ele. Recorde-se que Eike Batista foi detido em Nova-Iorque no final de janeiro por ligações à investigação da Lava-Jato e extraditado na última semana para o Brasil.
Batista, de resto, segundo escreve este domingo a revista “Veja”, já terá confessado aos investigadores que fazia parte do círculo de subornos do antigo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A revista, ligada aos meios conservadores brasileiros e inimiga declarada do Partido Trabalhadores (PT), do ex-presidente Lula da Silva, afirma que Eike Batista não se alongou mais no seu primeiro depoimento.
O empresário, capturado nos Estados Unidos depois de ter recebido ordem de prisão no Brasil – investiga-se ainda se sobre ele cairão acusações de fuga à justiça –, espera o finalizar de dois processos de Habeas Corpus, em que tentará protestar os meios da sua deteção. Deles não se espera, contudo, grande sucesso. Depois da sua conclusão, indica a “Veja”, Eike Batista tentará um acordo de “delação premiada”, em que tentará negociar uma pena mais leve por informações sobre os alegados crimes em torno da Petrobras.
Eike Batista chegou a atingir uma fortuna de cerca de 30 mil milhões de dólares em 2012, mas acabou por perdê-la na indústria de energia, quando a sua empresa, então chamada OGX, não cumpriu os objetivos financeiros e de produção exigidos pelo estado de São Paulo.
Por esses anos, Batista tornou-se um dos mais concorridos financiadores de campanhas políticas, particularmente com Sérgio Cabral, a quem a justiça brasileira estima que tenha subornado com mais de 15 milhões de euros.