A propagação frenética de notícias falsas durante o período que antecedeu as eleições presidenciais norte-americanas deixou os europeus em alerta e impeliu-os a procurar soluções para travar o fenómeno. Com eleições federais marcadas para setembro deste ano, a Alemanha foi o primeiro país da Europa a tomar medidas, tendo solicitado ao Facebook, no mês passado, o desenvolvimento de um mecanismo próprio para travar a proliferação de conteúdo noticioso fabricado, muito semelhante àquele implementado nos EUA em dezembro do ano passado. Depois dos alemães, são agora os franceses a dar passos nesse sentido, com vista às eleições presidenciais, que se realizarão no final de abril (primeira volta) e início de maio (segunda volta).
Esta segunda-feira foi divulgada uma iniciativa, denominada “CrossCheck”, que junta 17 meios de comunicação de França, a empresa norte-americana que detém a maior e mais conhecida rede social a nível mundial e a Google, e que pressupõe um compromisso entre todos para impedir a publicação de notícias nas suas plataformas online, particularmente durante o período pré-eleitoral, através de um mecanismo criado para o efeito.
A nova ferramenta permite aos utilizadores reportarem conteúdo noticioso que considerem ser enganoso junto de uma plataforma digital à qual têm acesso todos os parceiros. Se pelo menos dois membros atestarem a falsidade da notícia, aquela será devidamente identificada como falsa ou discutível.
“Num mundo digital, onde o rastreamento da informação é muitas vezes confuso, ou deliberadamente falsificado, proporcionaremos boas práticas a toda gente para que possam consultar as fontes”, escreveu no seu site o “Le Monde”, um dos principais parceiros da CrossCheck, alertando, contudo, para que o projeto ainda está numa fase “experimental”.
A agência AFP, o jornal “La Voix du Nord” ou o BuzzFeed News também fazem parte da iniciativa.