O fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, pediu ao Reino Unido e à Suécia que lhe devolvessem a liberdade, um ano depois de um grupo de trabalho da ONU determinar que a detenção do jornalista é arbitrária.
Julian, refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, emitiu um comunicado hoje onde pede a liberdade de volta e recorda que o Reino Unido e a Suécia assinaram tratados que reconhecem a ONU e os seus mecanismos de proteção dos direitos humanos.
O jornalista permanece refugiado em Londres para evitar ser extraditado para a Suécia, devido a alegados crimes sexuais. O mesmo teme que se isso acontecer, pode ser enviado para os Estados Unidos para ser processado por ter revelado documentos confidenciais do Governo norte-americano.
A propósito da decisão, Assange assinalou que o Reino Unido e a Suécia reconheceram a jurisdição deste grupo e não e retiraram da investigação sobre o seu caso, que durou cerca de 1 ano e 4 meses.
"Perderam, recorreram e voltaram a perder", afirmou o fundador do Wikileaks, sublinhando que "a recusa dos dois países em reconhecer a decisão arbitral traz consigo um custo terrível".
"Outros estados podem agora deter ilegalmente cidadãos suecos e britânicos com efetiva impunidade", adianta Assange, que acredita que o sistema de direitos humanos da ONU "está em perigo".
O Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias pediu há um ano, aos dois países, que pusessem fim à privação de liberdade do australiano – detido em Londres em 2010 a pedido da justiça sueca.
O Wikileaks indicou no passado mês de janeiro, que Assange concordaria ser extraditado para os EUA, caso o então presidente, Barak Obama, perdoasse Chelsea Manning, que foi condenada em agosto de 2013 por espionagem e por revelar àquele portal, documentos militares e diplomáticos secretos norte-americanos.
Antes de deixar o poder, Obama aceitou diminuir de 35 para sete anos de cadeia a pena de Manning.