A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) pronunciou-se oficialmente esta quarta-feira sobre o tema das apostas suspeitas no jogo entre o Feirense e o Rio Ave, da passada segunda-feira. O organismo presidido por Pedro Proença manifestou "total e inequívoca confiança" em todos os clubes filiados e a certeza da "integridade das competições".
Em comunicado, a LPFP revelou ainda ter contactado a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ), "de modo a ser informada e esclarecida, pelas entidades competentes, sobre os procedimentos em curso". O organismo que gere o futebol profissional em Portugal lembrou ainda que tem promovido junto dos vários agentes (jogadores, treinadores, dirigentes, funcionários das SAD e do próprio organismo) "códigos de conduta diretamente relacionados com a ética e a deontologia no que concerne às apostas desportivas, tendo regulamentado, de forma dura, qualquer eventual prevaricação nesta matéria".
A este respeito, o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) também reagiu, através do responsável pelo gabinete jurídico e formador certificado pela FIFA no âmbito do programa "Integrity Initiative", João Oliveira. "O fenómeno dos resultados combinados é um problema à escala global. O Sindicato tem consciência da dimensão do problema, das causas e dos fatores de risco. Registamos a importância do agravamento das sanções na regulamentação desportiva e subscrevemos a proposta da FPF para a revisão da lei que sanciona criminalmente os comportamentos antidesportivos", realçou, em declarações ao site do Sindicato.
O dirigente teceu depois algumas declarações direcionadas especificamente aos jogadores e às sanções que estes poderão sofrer: "Devem perceber a gravidade destas práticas, conhecer os tipos de abordagem e comportamentos de risco, compreender os prejuízos pessoais e profissionais associados e saber como e a quem denunciar. Quer o regulamento disciplinar da FPF, quer o regulamento disciplinar da Liga sancionam os comportamentos que visam adulterar resultados ou incidências do jogo, a participação em apostas desportivas e a ausência de denúncia. O regulamento disciplinar da Liga, por exemplo, prevê a suspensão do jogador que receba recompensa ou aceite promessa de recompensa para perder, de modo a falsear o resultado do jogo, até seis anos. Representa a destruição da sua carreira."