Cidades com muitos turistas. E agora?

O outro lado da moeda do turismo é a queda do arrendamento com o alojamento local a tomar conta das cidades.

Barcelona

A cidade espanhola registou, no ano passado, 32 milhões de visitantes contra 1,6 milhões de habitantes. Resultado: no final do mês de janeiro aprovou uma lei que pretende ajudar a limitar o número de visitantes. A ideia é simples: limitar o número de camas disponíveis em hotéis e apartamentos, regular a construção de hotéis e deixar de atribuir licenças a apartamentos para turistas (como os que estão disponíveis no Airbnb, por exemplo). Ainda assim, não deverá haver efeitos práticos antes de 2019, uma vez que há uma série de projetos já em desenvolvimento que não podem ser travados.

Veneza

Também em Veneza, a realidade não é muito diferente. A cidade com cerca de 60 mil habitantes recebe em média perto de 20 milhões de turistas por ano. Mas as perspetivas não são animadoras. Há estudos que alertam para que em 2030 não haverá venezianos a viver nas casas que se misturam com os canais e lutam contra a subida das águas. Aliás, em 2015, um grupo de venezianos pediu à UNESCO para colocar a sua cidade ­– Veneza é património mundial desde 1987 – na lista dos patrimónios mundiais em perigo. A população avisa que o turismo de massas está a colocar em risco a cidade, uma vez que se verificou a perda de dois terços da população nas últimas décadas.

Amesterdão

Enquanto muitas cidades anseiam por receber turistas pelo impacto económico que isso implica, a cidade de Amesterdão aumentou os impostos para tentar desencorajar os visitantes: é cobrado 5% de taxa por quarto. Os residentes têm vindo a pedir às autoridades locais que travem o constante fluxo de pessoas que chegam para visitar a cidade. Segundo o departamento de turismo holandês, a cidade recebe cerca de 5,2 milhões de turistas, um número impressionante quando comparado com os 800 mil moradores. Foi também assinado um acordo com a Airbnb que impede os proprietários de arrendarem os seus imóveis durante mais de 60 dias por ano.

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