Bruno nunca gostou do Dia dos Namorados: “Soa-me sempre a um dia falso, é tudo demasiado plástico.” Porém, como calhou começarem a namorar nesse dia, pareceu-lhe uma boa decisão oficializar a relação na mesma data. “Agora já tenho motivos para valorizar o dia”, diz o noivo.
O pedido de casamento, depois de várias viagens que encurtavam os quase 4 mil quilómetros de Lisboa a Moscovo, foi com muito poucos salamaleques. “Não me pus de joelhos, o meu romantismo é o meu sarcasmo”, diz Bruno.
O anel de noivado com uma pérola de meter respeito que Olia tem no dedo foi herdado da futura sogra. Foi também a mãe de Bruno quem costurou o vestido à medida da noiva. “Vai ser cor de prata, num estilo retro, está muito bonito e vai ser uma surpresa para todos”, conta a jovem em segredo, com entusiasmo.
Do que mais gostam um no outro é da honestidade e da simplicidade com que levam a vida, mas foram os vinis de Nina Simone que deram o mote para se aperceberem da quantidade de gostos que partilhavam em comum. A comunicação nunca foi um problema para o casal: Bruno fala o básico de russo para poder expressar o carinho que sente pela sua apaixonada e o resto das conversas são em inglês.
Bruno, que nunca se imaginou a casar, estava ainda mais longe de imaginar que de véspera estaria a fazer brigadeiros e um bolo de gengibre e chocolate para a festa. “Temos de seguir os nossos instintos e uma decisão destas ou vem por pura loucura ou depois de muita ponderação. Gosto dela, quero estar com ela. Porque não?”