De acordo com um estudo desenvolvido pela UMAR, União de Mulheres Alternativa e Resposta (Organização não-governamental), que teve como amostra 5500 jovens, a maior parte acredita que proibir uma namorada de sair sozinha à noite, impedi-la de sair com amigos e proibi-la de utilizar uma determinada peça de roupa, não é considerada violência.
Em conferência de imprensa, a presidente da UMAR, Maria José Magalhães, sublinhou a importância da realização de estudos e de campanhas sobre violência no namoro, afirmando que “sabendo o que elas e eles pensam, podemos trabalhar a legitimação que é um indicador de uma eventual violência doméstica no futuro”.
O estudo desenvolvido inclui, pela primeira vez, análises sobre violência doméstica através das redes sociais e sobre atos e perseguição. Posto isto, 28% dos inquiridos não reconhece como violência situações de controlo, como é o caso de proibir o companheiro/a de sair ou de falar e estar com amigos, assim como obrigá-lo a trocar de roupa.
Relativamente à violência sexual, 24% legitimam este tipo de violência, 13% consideram normal haver pressão para relações sexuais (sendo a maioria rapazes em relação às raparigas).
Quanto à vitimização, 19% dos inquiridos admitiram terem sido vítimas de violência psicológica, 15% de perseguição, 11% de violência através das redes sociais, 10% de controlo e 6% de violência sexual.
Maria José Magalhães lamentou que "a naturalização da violência esteja presente na sociedade em geral" e lançou alertas aos pais, educadores, docentes e instituições, "a sociedade adulta é responsável pelas mensagens que são passadas à geração seguinte", adiantou a presidente da UMAR.