O relatório da Amnistia Internacional sobre direitos humanos, referente ao ano de 2016, argumenta que a utilização de “retórica tóxica”, “característica dos anos 30”, está a contribuir para dividir cada vez mais o mundo e ameaça restringir diversos direitos humanos tidos como garantidos.
O documento – publicado esta quarta-feira – tem 408 páginas e intitula-se “O estado dos direitos humanos no mundo”. Nele é apresentada a tese de que a presença cada vez mais assídua de conteúdo xenófobo, anti-globalização e anti-imigração, nos discursos e programas políticos, está a criar uma narrativa cada vez mais sólida que assenta no “nós vs eles”, uma realidade que a Amnistia lamenta e condena.
“Esta retórica tóxica, utilizada por políticos de todo o mundo, corre o risco de nos fazer regressar à idade das trevas, em matéria de direitos humanos”, acusa Kate Allen, responsável pela Amnistia Internacional no Reino Unido.
Donald Trump é um dos nomes que surge na lista dos principais responsáveis pelo crescimento desta ameaça, sendo acompanhado por outros dirigentes políticos controversos, como Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, Viktor Orban, líder húngaro ou Recep Tayyip Erdoğan, chefe de Estado da Turquia.