Numa análise às políticas adotadas por Lisboa, Bruxelas aponta que a alta dívida pública e privada, o elevado volume de crédito malparado, o desemprego alto e a fraca produtividade são vulnerabilidades de Portugal.
Daí que, em comunicado Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Banco Central Europeu e ao Eurogrupo, a CE considere que "Portugal está a experienciar desequilíbrios excessivos”.
De acordo com o documento "os grandes 'stocks' de dívida externa líquida, a dívida pública e privada e a alta proporção de créditos em incumprimento constituem vulnerabilidades num contexto de desemprego em queda mas ainda elevado e de baixa produtividade".
O executivo comunitário salienta ainda que "o potencial de crescimento continua aquém no nível anterior à crise" e está a ser penalizado por "obstáculos persistentes" e pela "rigidez nos mercados de produto e do trabalho, juntamente com os enormes desequilíbrios externos".
A CE lamenta ainda que "o momento das reformas tenha enfraquecido desde 2014" e aponta a persistência de “lacunas políticas nas áreas do mercado de produto e de serviços, das qualificações e da inovação, da sustentabilidade orçamental, da reestruturação da dívida empresarial e da rigidez do mercado laboral".
Este relatório anual analisa a situação económica específica de cada Estado-membro e refere também os seus desafios. O documento faz parte do “semestre europeu” – nome dado à coordenação de políticas económicas da União Europeia – e deve estar em atenção no Programa de Estabilidade que o Governo terá de apresentar em abril.
Portugal faz parte do mesmo grupo que a Bulgária, Chipre, Croácia, França e Itália.