Foi uma tentativa de golpe de Estado com o objectivo claro de afastar o Presidente do Conselho, António Oliveira Salazar.
Principal nome da intentona: Júlio Carlos Alves Dias Botelho Moniz, general, Ministro da Defesa Nacional.
Na sua sombra, Craveiro Lopes e Costa Gomes.
Kaúlza de Arriaga e Américo Tomás tiveram um papel importante na frustração do golpe.
Basicamente, pode falar-se de “golpe palaciano”… Como objectivo, um levantamento militar que conduzisse a política portuguesa no caminho da auto-determinação das Colónias Ultramarinas.
Botelho Moniz e Almeida Fernandes, Ministro do Exército, impõem uma reunião com o Presidente da República, Américo Tomás. O Exército Português tinha entrado de prevenção por ordem do Ministro da Defesa. Kaúlza de Arriaga era o sub-secretário de Estado da Aeronáutica. Avança com medidas para o contra-golpe: a Força Aérea entra por sua vez em prevenção. Quintanilha Dias, Ministro da Marinha, segue o mesmo procedimento.
Américo Tomás adia a reunião com Botelho Moniz e Almeida Fernandes o mais possível de forma a que a situação possa ser controlada pelo Regime. A conversa só tem lugar de madrugada. Perdera-se tempo fundamental. E Tomás reitera confiança no Presidente do Conselho.
Botelho Moniz tem o último gesto de desespero. Convoca para a sede do Estado Maior das Forças Armadas, na Cova da Moura, uma reunião a ter lugar no dia 13 de Abril pelas 17 horas. Todos os altos comandos devem estar presentes. A ordem será dada para se passar à acção.
Tarde demais. Às 15 horas, a Emissora Nacional transmite um comunicado proveniente da Presidência do Conselho: Botelho Moniz e todos os membros do governo que se mostraram solidários com ele estão demitidos.
O general Gomes de Araújo procedera a um trabalho invisível: moveu influências junto dos chefes militares do Exército convencendo-os a não comparecerem na Cova da Moura.
O golpe falhara.
Botelho Moniz passou compulsivamente à reserva.