Cunhado do Rei de Espanha espera em liberdade e sem fiança pela decisão do recurso

Iñaki Urdaganarin foi condenado na semana passada a seis anos e três meses de prisão por fraude e desvio de dinheiros públicos

O cunhado do Rei Felipe VI de Espanha, Iñaki Urdangarin, vai poder esperar em liberdade e sem pagar fiança pelo recurso da sua condenação por fraude e desvio de dinheiros públicos, segundo decidiu esta quinta-feira o tribunal de Palma de Maiorca.

O antigo atleta (praticou andebol profissional) foi condenado na semana passada a seis anos e três meses de prisão (além de uma multa superior a 500 mil euros) no âmbito do caso Noos, Instituto que fundou e dirigiu entre 2004 e 2006. Entretanto, o Ministério Público espanhol solicitou prisão preventiva, mas com possibilidade de ficar em liberdade mediante uma fiança de 200 mil euros. No entanto, o tribunal decidiu, esta quinta-feira, que apenas lhe seriam impostas medidas cautelares, como a obrigatoriedade de se apresentar no dia 1 de cada mês perante as autoridades judiciais do seu país de residência (no caso, a Suíça) e comunicar ao tribunal qualquer deslocação para fora da Europa ou mudança de residência, incluindo temporária. A Audiência de Palma de Maiorca considerou que Urdangarin tem suficientes raízes (familiares, sociais e laborais) em território espanhol para constituir risco de fuga.

À saída das instalações, Urdangarin teve de ouvir coisas como "ladrão" ou "devolve o dinheiro", lançados por um grupo de pessoas concentrado à porta do tribunal. Muitos expressaram também indignação pela decisão do tribunal de manter o marido da Infanta Cristina em liberdade (bem como ao outro condenado, Diego Torres), e de não lhe impor a fiança de 200 mil euros pedida pelo Ministério Público. Diego Torres, refira-se, era sócio de Urdangarin e foi condenado a oito anos e seis meses de prisão por cinco delitos de corrupção cometidos como corresponsável no Instituto Nóos.