A EDP Renováveis fechou o ano passado com um resultado líquido de 56 milhões de euros, o que representa uma queda de 66% em comparação com o resultado líquido conseguido no ano de 2015: quando os lucros chegaram a 167 milhões de euros.
Os resultados de 2016 foram divulgados esta terça-feira e ficam abaixo do que tinha sido previsto pelos analistas do CaixaBI. O cenário que era apontado previa uma descida de 64% para os 60 milhões de euros, mas a EDP Renováveis acabou por descer ainda mais.
Mas porquê esta diferença entre 2015 e 2016? De acordo com a empresa, em 2015 houve um ganho derivado do controlo da ENEOP – Eólicas de Portugal. Mas, em 2016, a realidade foi diferente e muito penalizada com o impacto negativo de “pré-pagamentos/reestruturação da dívida” e “provisões de abates”.
De acordo com o comunicado enviado, esta terça-feira, pela empresa liderada por Manso Neto à Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM), “os outros proveitos operacionais somaram 54 milhões de euros, beneficiando de um ganho de capital na venda cruzada dos parques eólicos na Polónia e com a comparação anual condicionada pelo ganho na aquisição de controlo de determinados activos da ENEOP”.
Total da produção Em Portugal, a produção aumentou em mais de 50%, mas num período que fica marcado pela quebra de 7% no preço médio de venda. Já na Europa, a produção da EDP Renováveis subiu 12%, o que aumentou as receitas em 10%.
Tendo em conta as regiões, a maior subida foi registada no Brasil, onde houve um aumento de 68% para cerca de 40,27 milhões de euros.
A verdade é que o anúncio da queda dos lucros em 2016 superior ao que estava previsto teve consequências imediatas. Os títulos rapidamente começaram a descer, sendo que ontem chegaram a recuar quase 1,5% para 6,111 euros, o valor mais baixo desde 10 de fevereiro.
Venda de ativos A EDP Renováveis conseguiu chegar a acordo com China Three Gorges para vender ativos eólicos por mais de 200 milhões de euros. A informação foi dada pela própria elétrica, em comunicado, logo no início da semana.
De acordo com a empresa trata-se de uma “participação acionista representativa de 49% do capital social e suprimentos relativos a um portefólio de ativos eólicos por um preço global de 242 milhões de euros”.