O campeonato de 1,2 milhões de euros em prémios monetários decorre no Pretória Country Club, onde Ricardo Melo Gouveia já jogou hoje um dos Pro-Ams da prova.
A fase de qualificação realizou-se também hoje num campo dos arredores, no Irene Country Club, onde Tó Rosado até já foi muito bem-sucedido em torneios do IGT Pro Golf Tour em 2014.
O campeão nacional de 2009 voltou a jogar bem nesse campo que tão bem conhece, cumprindo os 18 buracos em 70 pancadas, 2 abaixo do Par, conseguindo uma boa série de 3 birdies em quatro buracos entre o 7 e o 10.
No entanto, o nível foi elevado, só os 15 primeiros apuraram-se para o torneio principal, com o cut a fixar-se em 4 pancadas abaixo do Par. Ora as -2 de Tó Rosado não lhe permitiram senão integrar o grupo dos 39º classificados.
Quanto aos dois portugueses do Zimbabué, Stephen Ferreira foi 104º (empatado) com 77 (+5) e Roy Da Costa 118º com 81 (+9).
Para António Rosado teria sido importante conseguir entrar pelo menos num dos dois torneios do Sunshine Tour que também contam para o European Tour, porque atribuem mais pontos para a Ordem de Mérito.
O português residente na África do Sul é o atual 111º classificado na Ordem de Mérito de 2017 e explicou ao Gabinete de Imprensa da FPG que «só os 100 primeiros mantêm o cartão para a época seguinte».
Infelizmente falhou as qualificações tanto no Joburg Open da semana passada como no Tshwane Open desta semana, depois de até ter feito uma boa prova no Eye of Africa PGA Championship (41º com -1)
«Estou em risco de perder o cartão», lamentou-se, numa altura da vida em que a sua carreira profissional tem de voltar a ser colocada em segundo plano, devido ao facto da sua mulher, Rita, estar de novo numa fase mais complicada da luta contra o cancro, que corajosamente enfrenta há uns anos.
António Rosado já teve de faltar recentemente a alguns torneios para poder acompanhá-la e há um ano, numa entrevista ao site oficial do Sunshine Tour declarou que, obviamente, o golfe teria de estar em segundo plano.
Rita é uma das maiores apoiantes da carreira do marido, daí que ele tente conciliar uma situação que não é fácil para ninguém e a comunidade portuguesa sul-africana tem sido incansável no auxílio ao jovem casal português.
«Vamos fazer as coisas passo a passo e ver como correm», disse o algarvio que até sente a sua técnica apurada. O problema é, claro, a estabilidade emocional: «Estou a bater na bola muito bem e há muito tempo que não batia tão bem. Se conseguir concentrar-me, manter o equilíbrio e o meu ritmo, poderei fazer bons resultados. Mas às vezes parece que as coisas não correm como planeamos. Por isso digo que não há planos. É uma pena dizer isto mas é a realidade».
Se perder o cartão, o jogador dos Red Skins assegura que não haverá problema de maior. Afinal, em dois anos seguidos foi capaz de passar a Escola de Qualificação. E há ainda outra opção: «Jogar o Big Easy Tour (segunda divisão sul-africana), no qual tenho acesso a todos os torneios».
Os responsáveis da primeira divisão sul-africana estão conscientes da situação delicada em que se encontra o português que foi nº1 do IGT Pro Golf Tour (terceira divisão) em 2014: «Como disse, não há planos. O Sunshine Tour disse-me que iria arranjar alguns convites para eu poder jogar no próximo ano, caso perca o cartão».
O presidente da Federação Portuguesa de golfe, ao tomar conhecimento da situação de Tó Rosado, predispôs-se a contactar Grant Wilson, o CEO do Sunshine Tour, que conhece muito bem, e oficializar um pedido de convites para a época seguinte.
«Isso seria muito bom. Mas a realidade é que, de momento, não posso comprometer-me com nada (devido à saúde da mulher). Vamos ver como correm as coisas dentro e fora do campo. Mas agradeço imenso a disponibilidade do Miguel Franco de Sousa», respondeu o jogador.
Longe de Portugal desde 2013, Tó Rosado acompanha o golfe nacional nas redes sociais e aproveitou a conversa com o Gabinete de Imprensa da FPG para deixar algumas considerações a temas escolhidos pelo próprio e não suscitados por nós:
Sobre o novo selecionador nacional: «O Nelson Ribeiro vai ter sucesso de certeza. Só têm de dar-lhe apoio e confiarem nele. Fiquei contente por ele. Dava-me muito bem com ele e é bom ver que FPG está a apostar nele. Penso que ele vai trazer outra visão ao golfe. Afinal de contas, o golfe é mais sobre quantas pancadas fazes e não tanto como as fazes. E penso que ele é a pessoa correta para explicar isso aos jogadores».
Sobre o ressurgimento de Pedro Figueiredo: «O Pedro também está a jogar bem de novo e fiquei contente porque ele merece».
Sobre a Direção da PGA de Portugal: «A PGA continua em grande e a melhorar. O Zeca (José Correia, presidente) e o Nelson (Cavalheiro, vice-presidente) estão a fazer aquilo que todas pessoas em Portugal pensavam que era impossível. O golfe português está de parabéns e no caminho certo. Um grande abraço para todos».