Nuno Espírito Santo abordou esta quinta-feira pela primeira os incidentes ocorridos após o apito para o intervalo no Estádio do Bessa, no Boavista-FC Porto, onde acabou por ser expulso após confrontos que chegaram ao nível físico com Alfredo, antigo internacional português e hoje técnico de guarda-redes dos axadrezados. O treinador dos dragões pediu desculpa pelo seu comportamento, mas justificou-se com a necessidade de "defender a família" portista.
"Durante o jogo, na primeira parte, houve circunstâncias e momentos que me fizeram reagir daquela forma, apesar de isso não ser desculpa. Foi colocada em causa a integridade física de um jogador do FC Porto, assim como houve uma circunstância em que um jogador do FC Porto foi provocado. Somos uma família e não permitiremos nunca que ninguém seja provocado e magoado. É este o espírito que temos, de uns em defesa dos outros. Isso, de qualquer forma, não justifica a minha reação e aproveito para pedir desculpa pelo que aconteceu", referiu Nuno, na antevisão do encontro deste sábado com o Nacional.
Fora do encontro está Jesús Corona, lesionado precisamente no lance que originou todos os incidentes no Bessa, após uma entrada mais dura de Talocha. Herrera também continua de fora, tal como Maxi Pereira – este por castigo, pois foi expulso frente ao Boavista. Felipe, por outro lado, está de regresso após cumprir um jogo de suspensão. No ar ficou ainda a hipótese de André Silva voltar ao onze, embora Nuno não tenha aberto o jogo. "Jogam onze, podem entrar três, são decisões que a equipa técnica toma a cada jogo. Não invalida que possamos ter outros jogadores em campo, porque todos estão a treinar bem e a ter rendimento imediato quando são chamados. Isso é bom. Avaliamos sempre o momento do jogador, as caraterísticas do adversário e o que procuramos para cada jogo. Ainda não decidimos o onze, temos mais um treino para avaliar e tomaremos a decisão que seja melhor para a equipa. A ideia é sempre a mesma: uma equipa que quer dominar, que quer chegar ao golo", salientou o treinador portista, que procura neste jogo aumentar para oito as vitórias consecutivas na Liga, perante o penúltimo classificado. Ainda assim, Nuno não acredita em facilidades: "A nossa experiência enquanto pessoas do futebol diz-nos que não há jogos fáceis. Resta-nos prepara o jogo com o máximo rigor, intensidade, concentração e procurar vencê-lo. O Nacional precisa de pontos, mudou de treinador e tem bons jogadores."
Confrontado com as polémicas em torno das arbitragens, Nuno adotou desta vez um discurso pacificador. "Espero que os áritros façam um bom trabalho. Acho que quando menos falarmos dos árbitros, mais tranquilos eles vão estar. Um clima de suspeição não é bom e eu da minha parte, quero é falar o menos possível sobre árbitros, antes e depois dos jogos", realçou, desvalorizando também o facto de entrar em campo antes do Benfica, que joga em Santa Maria da Feira, com o Feirense: "Temos de vencer o nosso jogo. Jogar antes, jogar depois, vocês dão demasiada importância a isso. A nossa mente está apenas e só no nosso jogo, na conquista dos três pontos."
Houve ainda tempo para uma pergunta sobre os elogios de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, ao desempenho do FC Porto ao longo da presente temporada. "Todos os elogios são bem-vindos. É sobretudo o reconhecimento do trabalho dos jogadores", sentenciou o técnico azul e branco.