Esta é a grande questão já que a solução ainda não está nem fechada, nem aprovada e poderá passar por um novo caminho. Em cima da mesa está, de acordo com a Bloomberg, a venda de novas ações e a alienação de parte do negócio de gestão de ativos.
No primeiro caso, o momento pode ir até aos 8 mil milhões de euros. Já no segundo, o negócio de gestão de ativos – responsável por gerir 774 mil milhões de euros – pode vir a ser vendido através da entrada em bolsa. Nesta caso, seriam então dispersos 30% do capital.
Os contornos de toda a operação iam, de acordo com fontes ligadas ao processo, ser discutidos também durante o fim de semana. Até porque, o reforço de capital estará sempre “sujeito a condições de mercado e à aprovação do conselho de administração e do conselho de supervisão”, explicou fonte oficial da instituição bancária.
Recorde-se que o a situação do banco começou a complicar-se ainda mais em setembro do ano passado, quando a instituição bancária recebeu a conta feita pelas autoridades norte-americanas para colocar um ponto final a um processo judicial relacionado com títulos hipotecários. Em causa, estava então o pagamento de 14 mil milhões de dólares, ainda que, em dezembro, o valor tenha acabado por descer.
Justiça pesa nas contas Já em fevereiro deste ano, as receitas da unidade de trading do Deutsche Bank ficaram abaixo do que estava a ser estimado pelos analistas.
Resultados que chegaram numa altura em que continuavam a existir vários receios no mercado por causa das finanças da instituição e do peso que esta questão pode vir a ter para os clientes do banco.
A verdade é que as receitas provenientes da unidade de renegociação de dívida aumentaram para 1,38 mil milhões no quarto trimestre de 2016 em comparação com os últimos três meses de 2015. Ainda assim, abaixo do que estava previsto pelos analistas, que apontavam para 1,68 mil milhões.
Por outro lado, as receitas provenientes das negociações de ações caíram 23% para os 428 milhões de euros.
“Os nossos resultados para o ano de 2016 foram fortemente impactados pelas ações decisivas da gestão assumidas para melhorar e modernizar o banco, bem como, pela turbulência do mercado no que diz respeito ao Deutsche Bank”, explicava o banco em comunicado, acrescentando: “Provámos a nossa resiliência num ano particularmente difícil. Terminámos 2016 com rácios de capital e de liquidez agradavelmente fortes e estamos optimistas depois de um início de ano promissor”.
Mas, a verdade, é que os custos dos processos judiciais em que o banco está envolvido – pelo papel que teve na crise imobiliária iniciada nos EUA em 2007 – também contribuíram para dificultar as contas do Deutsche Bank. Até porque o anúncio da coima milionária, aplicada pelas autoridades norte-americanas, colocou o banco em alerta de tsunami, com muitos investidores a recearem que o Deutsche Bank não tivesse capacidade para enfrentar esses custos legais.
Também os dirigentes do banco ficaram, desde cedo, sob pressão para restaurar a confiança do mercado na instituição. Uma das primeiras garantias que o banco quis dar foi a de que não pretendia realizar nenhum aumento de capital.