A conclusão é do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostra, nos dados divulgados esta terça-feira, um aumento dos impostos diretos, indiretos e ainda das contribuições à Segurança Social.
A verdade é que, em 2015, a carga fiscal representava já 34,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que significa mais 5,4 pontos percentuais do há duas décadas. Só os impostos indiretos representavam já 14,5% do PIB, os diretos 10,8% e as contribuições sociais 10,8%.
Relatório da OCDE
Em 2015, Portugal liderou a lista dos países que mais aumentaram a carga fiscal para os trabalhadores com os rendimentos mais baixos.
A conclusão faz parte de um relatório sobre reformas fiscais efetuadas durante o ano passado. O documento divulgado, em setembro do ano passado, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostra que “depois de vários anos de aumentos anuais”, a carga fiscal sobre o trabalho acabou por estabilizar na média dos países que fazem parte deste organização.
Já no que respeita aos rendimentos mais baixos, carga fiscal desceu “ligeiramente” num conjunto de países. No entanto, Portugal foi uma das exceção à descida da carga fiscal e lidera a lista do conjunto de países onde houve um aumento.
De acordo com a organização, em Portugal, a carga fiscal para os trabalhadores com baixos rendimentos aumentou, em 2014 e 2015, o que coloca o país no topo da tabela. A segunda maior subida verificou-se na Áustria (1%), seguida da subida da carga fiscal no Luxemburgo (pouco acima dos 0,5%).
O relatório da OCDE explica “o aumento da carga fiscal sobre os trabalhadores com baixos rendimentos foi particularmente elevado em Portugal, onde o sistema de crédito fiscal foi tornado menos progressivo”.