Como é habitual para este tipo de eventos, de acordo com o diretor da faculdade, a reserva da sala foi feita através da Associação de Estudantes.
Mas, como não é nada habitual, a menos de 24 horas da conferência, a direção da escola decidiu cancelar o evento. Argumento? Foi invocada a questão da segurança.
Em declarações ao Observador, o responsável da faculdade sustentou que “não queria transformar a conferência num evento que, devendo ser de discussão e de debate, possa desviar-se para extremos que não interessam, de maior conflitualidade entre as partes”.
Na origem da anulação da conferência está uma moção apresentada numa reunião geral de alunos (RGA). Nesse documento, os proponentes consideraram que “o evento está associado a argumentos colonialistas, racistas, xenófobos que entram em colisão com o programa para o qual a AEFCSH foi eleita, além de entrar em colisão com a mais básica democraticidade e inclusividade”.
No final da passada semana pediram à direção da escola para anular a conferência, mas esta recusou. Todavia, durante o fim de semana a polémica ganhou contornos mais radicais nas redes sociais e os responsáveis acabaram por cancelar o evento esta segunda-feira.
Ainda de acordo com o Observador, um dos jovens ligados à Nova Portugalidade classificou como absurdas as acusações que lançaram à organização.
Por último, segundo aquele site, o orador mostrou-se resignado com a decisão: “Tinha sido convidado por um grupo cultural de jovens patriotas, de uma organização chamada Nova Portugalidade, para ir fazer uma conferência. Mas parece que numa reunião geral de alunos, a assembleia-geral, que é maoista ou do Bloco de Esquerda, nem sei bem, fez um grande protesto a dizer que a conferência era uma coisa fascista, reacionária e colonialista. Parece que a contestação subiu de tom e a associação de estudantes exigiu à direção da faculdade, que já tinha cedido um espaço, para cancelar a conferência”.
E concluiu: “[o responsável pela FCSH] também me disse que, mais tarde, com um clima mais calmo, a direção teria o maior interesse em convidar-me para falar sobre o tema na faculdade, num contexto menos político e mais académico”.
Isso mesmo foi confirmado pelo diretor da instituição de ensino superior.