O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) entregou, nesta sexta-feira, um cheque de cinco mil euros a Edu Ferreira, jogador do Boavista que se viu obrigado a interromper a carreira com apenas 19 anos para combater um cancro na perna direita.
"É uma ajuda muito importante para mim, porque o dinheiro faz muita falta, pois há muitos medicamentos à volta disto. Mas não são só os medicamentos, são muitas coisas. Os tratamentos estão a correr muito bem, só no princípio é que foi muito complicado. Foi um choque muito grande deixar o futebol desta maneira. Mas foi só nos primeiros tempos, agora está tudo normal, tento viver o dia-a-dia tranquilo e vou fazendo a minha vida normalmente. Nem sabia que tinha tanta gente a apoiar-me, principalmente os adeptos do Boavista, que me têm ajudado muito, o próprio Boavista, agora o sindicato, a minha família, a minha namorada e esse apoio é muito importante para mim", afirmou o avançado de 19 anos, que se encontrava no primeiro ano na equipa principal dos axadrezados.
Natural do Porto, o jovem avançado recordou todo o processo que levou à descoberta da doença, e que começou num jogo frente aos Dragões Sandinenses. "Comecei o jogo muito cansado. Não era normal. Já tinha feito o aquecimento e parecia que tinha feito os 90 minutos. Senti uma cãibra na perna e saí do jogo, porque não conseguia jogar. A partir daí, foi um mês de exames, muitos exames. Cheguei a fazer exames à coluna, muitas coisas", explicou Edu Ferreira, desvalorizando o diagnóstico médico que vê como muito difícil voltar a jogar futebol: "Pode ser que consiga voltar, mas, se não voltar, a vida continua, é mesmo assim."
A cerimónia simbólica de entrega do cheque contou com a presença do presidente do Sindicato, Joaquim Evangelista, bem como o vice-presidente, José Carlos, e o delegado do organismo na zona norte, João Paulo. Edu Ferreira foi ainda presenteado com a inscrição num curso para diretor-desportivo.