Sporting. Jesus promete estreias no onze em Tondela

O treinador leonino abre a porta a Podence e descarta Francisco Geraldes no papel de Adrien

Jorge Jesus prometeu novidades na equipa que este sábado entrará em campo frente ao Tondela. Bruno César e Alan Ruiz vão cumprir castigo e o treinador do Sporting abriu a porta à inédita titularidade de um ou dois elementos, entre os quais Podence. "O Bruno e o Alan têm sido jogadores fundamentais desde janeiro. Amanhã não vão estar e vou ter de lançar, de certeza, novos jogadores que vão ter oportunidades. O Palhinha já teve as suas oportunidades e amanhã, por exemplo, pode jogar o Podence. Se os jovens começam a dar-te boas indicações, vais estar muito mais seguro e antecipar decisões. Neste momento, para além dos objetivos do Sporting, tenho que olhar para o presente para descobrir o futuro. Tudo o que se faz é sempre a pensar no futuro. Estes jovens em quem acreditamos, incluindo o Matheus [Pereira], são jovens nos quais temos confiança. Estamos a preparar o presente, mas também o futuro. Se eles nos derem certezas começas a preparar o teu futuro. O que já fizemos com o Palhinha vamos fazer com outros jogadores", realçou o técnico.

A dada altura da conferência de Imprensa, foi referido o nome de Francisco Geraldes e a possibilidade do jogador resgatado ao Moreirense atuar no lugar habitualmente ocupado por Adrien, que continua a recuperar de lesão. Mas Jesus afastou esse cenário. "Vai ser um bom jogador, ao estilo do João Mário, mas nunca vai ser um segundo médio. Não tem condição física nem características individuais. Vai jogar numa ala, fechado, ou a segundo avançado. É uma posição em que tens de ter muita cultura tática e ainda lhe falta isso", explicou o treinador leonino, completando: "Todos estes jovens têm qualidade individual, mas o futebol tem duas componentes, coletiva e individual. Olhando para os 90 minutos de um jogo, tirando o Messi, em 80 minutos os jogadores não têm bola. Por isso se não ensinarmos os jogadores os aspectos táticos não serve de nada ter muita técnica. Se passa 85 minutos sem bola no pé, não interessa nada. O Messi e o Ronaldo é que passam mais tempo com bola. Nós só olhamos para o jogador quando ele tem bola e não pode ser assim."

Sobre o jogo propriamente dito, Jorge Jesus assumiu estar à espera de um Tondela a jogar em bloco baixo e à espreita de erros dos leões. "É uma equipa que se está a bater para não cair, para eles todos os pontos são importantes. Vamos apanhar uma equipa muito competitiva, uma equipa que tem neste momento tem um treinador novo, que se está a identificar com os processos do seu treinador novo, se está melhor ou pior, isso não sei. Petit e Pepa? São dois jovens treinadores com qualidade para o futuro", salientou o técnico sportinguista, realçando a importância de um triunfo para "arranjar mais espaço no terceiro lugar": "O que importa é o Sporting fazer um jogo de acordo com os que tem vindo a fazer, tirando a segunda parte com o Vitória de Guimarães, que não foi boa, para poder nestes últimos jogos conseguir vitórias. As vitórias trazem confiança e pontos. Temos de tentar recuperar pontos aos nossos rivais, sabendo que dificilmente os podemos apanhar. E temos também de arranjar mais espaço no terceiro lugar: é esse o objetivo da equipa, temos de ver a realidade."

Assumindo não esperar por uma época tão pior do que a primeira, Jorge Jesus ressalvou ainda que "com os erros também se aprende". Aí, foi convidado a abordar a eliminação do Benfica na Liga dos Campeões às mãos do Borussia Dortmund, que já tinha batido o Sporting em duas ocasiões na fase de grupos. "Essa é uma pergunta ingrata para mim. Ingrata porque quando esta equipa saiu ao nosso rival, senti que o Benfica ia ter muitas dificuldades e isso foi demonstrado. Mas não me compete responder concretamente à pergunta. Há fatores que me levam a pensar porque é que aconteceu comigo e porque é que aconteceu com o nosso rival, mas não me fica bem", atirou o técnico, considerando ser muito difícil para as equipas portuguesas lutar por títulos europeus: "Há investimentos muito grandes em relação às equipas quando chegas aos oitavos de final. Não há comparação possível dos nossos orçamentos. Mas não quer dizer que uma equipa portuguesa não possa chegar a uma meia-final. Quartos de final não digo que seja fácil. Já cheguei, mas não cheguei tantas vezes assim. Somos muito melhores treinadores do que a maior parte dos treinadores dessas equipas. Muitas vezes podemos fazer um equilíbrio com a valorização individual que esses jogadores possam ter. Mais vai ser muito difícil. Só a retirada de Messi e Cristiano Ronaldo do futebol vai abrir espaço para que outras equipas sonhem um dia com a conquista da prova. A partir do momento em que eles estejam fora dessas equipa equipas, vai haver mais possibilidades para as outras."