Holanda. Projeções dão vitória ao primeiro-ministro Mark Rutte

Sondagem à boca das urnas sugere que o partido do líder do governo vai eleger 31 deputados. Partido de extrema-direita, de Wilders, surge no segundo lugar, empatado com o CDA e D66

As primeiras projeções das eleições legislativas na Holanda dão a vitória ao Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD), do atual primeiro-ministro Mark Rutte. O partido de centro-direita aparece na primeira posição das sondagens, com 21% da totalidade dos votos, uma percentagem que, a confirmar-se, equivale a 31 deputados.

Quanto ao Partido da Liberdade (PVV), do candidato xenófobo e anti-islão Geert Wilders, as projeções sugerem que alcançará 19 deputados, equivalentes a 13% dos votos, um número que partilha com os cristãos democratas do CDA e com os liberais progressistas do D66.

Naquela que poderá vir a ser a eleição mais concorrida os últimos 31 anos – os analistas apontam para 82% de participação –, os verdes do GroenLinks confirmaram as previsões otimistas que traziam das últimas semanas e estão perto de conseguir o melhor resultado da sua existência. De acordo com as sondagens, conseguiram 11% dos votos e 16 deputados.

O grande derrotado da noite parece ser, até ao momento, o parceiro de coligação do VVD, o partido trabalhista (PvdA). As projeções apontam apenas aos 6% de votos, equivalentes a 9 deputados. Tendo em conta que o partido de centro-esquerda partiu para estas eleições com 38 deputados, são palpáveis as diferenças (para pior, claro.) Embora o clima deva ser, principalmente, de alívio, na sede do partido maioritário do governo, a verdade é que Rutte não deixa de sofrer um pequeno revés na sua legitimidade, já que perde 9 deputados.

Recorde-se que o sistema multipartidário da monarquia constitucional holandesa, obriga à formação de uma maioria de, pelo menos, 76 deputados – num total de 150 –, para que se consiga formar governo. Segundo os dados divulgados até ao momento, essa missão promete ser um verdadeiro quebra-cabeças, com liberais de direita, populistas, democratas-cristãos, liberais progressistas e verdes na expetativa de poderem vir a integrar o próximo executivo, embora Wilders já tenha sido descartado por todos os outros.

A única certeza – confirmando-se estas projeções – é a de que o atual governo bipartidário não sobreviverá, nos moldes em que foi criado.