O GroenLinks, de Jesse Klaver, aparece só no quinto lugar das sondagens, com apenas 11% das intenções de voto, mas, numa arena política tão fragmentada como a holandesa, tal facto até é um bom sinal. Em primeiro lugar, porque os partidos que superam virtualmente os verdes fazem-no por margens relativamente curtas. Os cristãos democratas do CDA e os liberais progressistas do D66 apontam aos 12%, o partido anti-imigração de Wilders aos 14% e o VVD do primeiro-ministro, Mark Rutte, aos 17%. E, em segundo lugar, porque o partido de Klaver está prestes a tornar-se o partido de esquerda mais votado, à frente dos socialistas do SP e dos trabalhistas do PvdA.
Se tomarmos em conta que para se estabelecer uma maioria de governo são necessários, pelo menos, 76 deputados, e que, confirmando-se as previsões, o partido mais votado dificilmente conseguirá mais do que 28, não é de todo descabido afirmar que Klaver pode mesmo vir a integrar o próximo executivo holandês.
O jovem de ascendência marroquina e indonésia é um verdadeiro caso de sucesso junto dos eleitores mais jovens da Holanda e a mensagem principal da sua campanha é assumidamente antagonista do professado pelo PVV, de Wilders. “Sou o oposto de [Geert] Wilders, essa é a realidade. Acredito numa sociedade onde as pessoas não são julgadas pela sua cultura, religião ou cor”, explica Klaver. O seu programa eleitoral é pró-UE e pró-acolhimento de refugiados, e assenta nos pilares da inclusão social, combate à desigualdade económica e apelo à proteção ambiental.