A Casa Branca vive dias de "dito por não dito", insistindo como pode na ideia de que Barack Obama colocou os telefones do novo presidente sob escuta durante a campanha, mesmo não oferecendo provas disso e apesar de todos os responsáveis das agências de espionagem e polícia americanas o terem contradito. Tal como, esta semana, os próprios congressistas republicanos, segundo quem não existem até agora indicações de que alguma vez Donald Trump tenha sido escutado diretamente sob ordens do seu antecessor.
O porta-voz do presidente, porém, assegurou também esta semana que o presidente não mudou de ideias e, na quinta-feira, numa conferência de imprensa que passou a defender-se de um amontoado de perguntas críticas de jornalistas, citou uma notícia dada esta semana pelo canal conservador Fox News, avançando que a espionagem a Trump foi feita a pedido de Obama pelos serviços de espionagem britânicos, o que ajuda a explicar a razão pela qual não parecem existir provas do caso em solo americano.
Os serviços britânicos contestaram de imediato as alegações repetidas por Sean Spicer, classificando-as como “um disparate” e “absolutamente ridículas”. De acordo com o governo de Theresa May, Spicer entrou em contacto com o embaixador britânico nos Estados Unidos depois da conferência de imprensa, para, em nome da Casa Branca, afirmar que as alegações não se repetirão e que o governo americano não acredita nelas. “Deixámos claro que estas alegações são ridículas”, disse o governo britânico em comunicado.
Não é sabido se Spicer pediu desculpas ao governo britânico, mas a imprensa ameicana afirma que o conselheiro para a Segurança Nacional dos EUA entrou também em cena para assegurar ao seu homólogo que os comentários do porta-voz “não foram intencionai” – Spicer referiu-se na conferência de imprensa a várias notícias que pudessem dar algum ar de veracidade à teoria de Trump de que Obama o mandou espiar. O conselheiro, H.R. McMaster, é uma das figuras mais respeitadas internacionalmente no novo governo americano.