Muito se falou já ao longo dos últimos anos do que os portugueses comem ou deixam de comer. Ainda assim, no ano passado, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostravam que, depois de um período de austeridade que fez com que o consumo nacional de carne baixasse, os portugueses voltaram novamente a comer mais carne.
Prova disso é o facto de, em 2014, pela primeira vez em três anos, se ter registado um aumento do consumo de carne. Por esta altura, em média, cada portugueses comia 108 quilos de carne por ano. E a tendência manteve-se. O consumo continuou a aumentar desde então. Em 2015, os portugueses consumiram, em média, 111 quilos de carne, ou seja, mais três do que tinham consumido no ano de 2014.
Uma análise divulgada em setembro do ano passado pelo INE mostrava que o país conseguiu produzir 75,1% da quantidade de carne necessária para fazer face às necessidades de consumo interno, o que significava uma melhoria em comparação com o que tinha sido produzido em 2014 (72,2%). Os dados mostravam ainda que a produção tinha aumentado 6,9% ao longo do ano e que as importações tinham recuado em 2,1%.
Ainda assim, a carne mais servida na mesa dos portugueses continuava a ser a de porco: cada português tinha consumido, em média, 44,9 quilos.
Os dados divulgados no último ano mostravam ainda que o setor agrícola estava a caminho de conseguir reduzir a dependência do exterior, embora continuasse longe de conseguir o equilíbrio da balança comercial.
A área que mais tinha exportado e reduzido as importações era a das preparações de produtos hortícolas e de frutas. E exatamente no extremo oposto estava a carne, que era então o setor que mais dificuldade tinha em conseguir assegurar a produção necessária para fazer face às necessidades do país. O défice foi de 715,7 milhões de euros. A maior parte dos produtos de carne importados eram provenientes de Espanha que, em 2015, forneceu a Portugal 67,9%.
De acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério da Agricultura, em 2016 “foram importadas para Portugal 9503 remessas de produtos de origem animal”, com um peso líquido total de mais de 122 toneladas.