Donald Trump lançou, na quinta-feira, o maior pulso de ferro da sua curta presidência: ameaçou a extrema-direita do seu partido que ficarão, se não aceitam a sua reforma de saúde, com o Obamacare. Os sectores ligados ao Tea Party consideram que o plano de Trump é ainda assim demasiado “socialista” por prever manter algum apoio de saúde aos norte-americanos mais pobres.
A votação da reforma de saúde estava prevista para quinta-feira passada, mas teve que ser adiada, devido ao sentido de voto de 30 deputados ultra conservadores. Donald Trump encontra-se entre a espada e a parede. Se aceita as propostas da extrema-direita, os republicanos mais liberais do senado chumbam a reforma na câmara alta.
Para o presidente esta votação é estratégica e simbólica: a substituição do Obamacare foi uma das suas grandes bandeiras na campanha eleitoral. Caso não consiga uma maioria, nas duas câmaras, para mudar esta legislação, fica visível que dificilmente terá condições para conseguir aprovar outras reformas complicadas, como a reforma fiscal, o plano de investimento em infraestruturas e as leis migratórias.
O Obamacare é uma das grandes reformas deixadas pelo presidente Obama, pela primeira vez os 21 milhões de americanos mais pobres tiveram direito a apoio de saúde. Os republicanos contestam a reforma porque consideram que os contribuintes não devem ser chamados a ajudar as populações mais carenciadas. Ao Estado cabe velar pela segurança nos negócios, aos governos cortar nos impostos dos mais ricos, a saúde dos mais pobres deve ser apenas uma ocupação e negócio do setor privado.