A partir de 8 de dezembro deste ano e até 25 de fevereiro de 2018 os Museus do Kremlin recebem uma exposição sobre os Descobrimentos portugueses. A exposição intitulada “Lords of the Ocean. Treasures of the Portuguese Empire of the 16th-18th centuries”, vai contar com um acervo de mais de 200 obras cedidas pelo Museu da Fundação Oriente e pelo Museu Nacional de Arte Antiga, mas também há peças oriundas de coleções russas e de outros países.
Segundo informação disponibilizada na página oficial dos Museus do Kremlin, é a primeira vez que Moscovo recebe uma exposição sobre este tema. As peças “vão ajudar a demonstrar, por um lado, a magnificência da corte portuguesa, as tradições de navegação, ciência e cultura" e também mostrar as relações de “influência mútua e as trocas culturais entre o poder metropolitano e os seus domínios na Índia, na China, no Japão, em África e no Brasil".
Entre os objetos cedidos pelo museu do Oriente, contam-se um “cofre indiano em prata encastrada com madrepérola, um contador do Sri Lanka coberto de marfim e uma taça goesa em prata e casca de coco”, escreve a agência Lusa. Todas as peças datam do século XVII.
A exposição, que se vai dividir em duas secções, foca-se no facto de Portugal ter detido "o primeiro império colonial do período moderno, com um papel crucial na história mundial”. "Os portugueses foram pioneiros nas trocas de comunicação e na ligação da África e da Ásia com a Europa. Em resultado, as heranças do Ocidente e do Oriente misturaram-se, e surgiram peças de arte totalmente diferentes, únicas no seu impacto cultura”, assinala o museu no seu texto sobre a exposição.
Não é a primeira vez que Lisboa e Moscovo ‘trocam’ acervos museológicos. Em 2014, o Museu Calouste Gulbenkian recebeu “um conjunto 66 tesouros da coleção do Kremlin de Moscovo, que inclui joias, tecidos e armas” no âmbito da exposição “Os Czares e o Oriente – Ofertas da Turquia e do Irão no Kremlin de Moscovo". Foi a primeira vez que as peças foram mostradas na Europa fora dos museus do Kremlin.