Em Braga, a Porta 253 está aberta à música portuguesa
Quem telefonar para Braga, sabe que terá de começar por marcar um 253, que é o indicativo telefónico da cidade. Joana, que é música e apaixonada pelo cinema, para criar a Porta 253 inspirou-se nos seus canais de Youtube preferidos, como o KEXP Live, em que bandas são filmadas a atuar ao vivo num ambiente calmo e com boa qualidade acústica. O projeto da jovem bracarense dá vida a vários espaços da cidade que abrem as suas portas a músicos de todo o país, todos os sábados. Cansada de ouvir dizer que “em Braga não se passa nada”, formou uma equipa de técnicos de audiovisual e hoje já são 50 os vídeos de alta qualidade do canal que ainda não conseguiu encontrar forma de rentabilizar o seu trabalho, mas que o tem como objetivo do futuro.
Kosher: A associação que ajuda o Porto a criar
Peter Castro é o nome pelo qual toda gente conhece João Pedro Soares, de 25 anos. Quem é do Porto, já deve ter ouvido falar dele, ou não fosse um furacão no que diz respeito a expressar as suas ideias, típicas de um millennial progressista. São vários os eventos que produz através da associação que fundou na cidade em que se aprende a fazer das tripas coração. Estava em 2014 quando voltou da sua aventura por Londres enquanto emigrante e se apercebeu que, tanto ele quanto os seus ex colegas não estavam a produzir nada nas suas áreas. Foi esse o mote de partida para a criação da Kosher, uma associação que junta vários artistas da cidade do Porto para que, através da inter ajuda, consigam produzir conteúdo artístico e cultural.
Quando se aborda o feminismo
Bruna Alcantara, a jovem que borda feminismo, voltou ao mundo dos bordados aos 26 anos quando, grávida, sozinha e a viver num país que não é o seu deu por si entediada, já que não podia mais acompanhar os programas dos amigos. Foi numa noite de solidão a ver um documentário sobre Artur Bispo do Rosário, artista que viveu sempre no limite entre a loucura e a arte, que Bruna sentiu inspiração. Começou então o alívio das suas imensas emoções através da arte. Descreve-a como necessidade de prevenir a sua loucura perante tantas mudanças. Os autorretratos documentam a gestação de Bruna e o seu processo de amadurecimento enquanto mulher. São a preto e branco e as outras cores entram através de linhas ou colagens. Foi através da arte que a fez um trajeto de aceitação perante a gravidez, com as mudanças estéticas do seu corpo e com a adaptação à sociedade portuguesa que é “extremamente machista, principalmente com as mulheres brasileiras”.
Ao António a comichão artística deu-lhe Tosse
Quem é da Geração i já deve ter ouvido falar nos Ermo, banda em que António é vocalista. Foi precisamente numa das suas jornadas como músico que se começou a aperceber da possibilidade de tentar outras valências. Depois de terminar uma “tour” europeia, acabou por desenvolver interesse em começar o seu próprio projeto de agenciamento. É desta comichão de quem só está bem a criar que surge a Tosse, a sua primeira experiência enquanto agente cultural. Reuniu alguns dos nomes que mais o emocionavam no panorama nacional e começou a enviar e-mails. Alguns dos timings foram “perfeitos” já que 2015, ano em que começou, “foi um ano excelente para a música portuguesa”. Hoje os projetos já vão além fronteiras.
Quando a paixão por Resende vira caso sério
Está a estudar para ser dentista e apesar dos sonhos na área da saúde, Rafael sempre teve uma grande paixão pela informática. Estava em 2010, ainda a recuperar de uma época menos feliz em que combateu um linfoma linfoblástico, quando lhe surgiu a ideia de criar um simples blogue sobre a região de Resende, onde cresceu. A sua curiosidade inata pelo que se passava nas redondezas, tornou-se numa sede de conhecimento sobre o que a sua terra tinha para dar. Quando criou o “Notícias de Resende”, apenas existia outro blogue em que se noticiavam alguns dos acontecimentos da região. Hoje, aquele que era um hobby, cresceu de tal forma, que Rafael teve de investir no projeto. Foi o amor por Resende que o atraiu ao jornalismo, não o contrário, e é esse o alimento de um site com audiência regular.
Shifter: Um jornal digital feito por e para Millennials
O Shifter, tal como muitas outras coisas bonitas, nasceu do acaso há 3 anos. No início era o verbo em forma de blogue alimentado por Mário. Quando a tração começou a ser muita, Mário, juntamente com João percebeu que dali poderia sair muito mais. Quando o João se juntou a tempo inteiro ao Shifter, começou a trabalhar com o Mário na reestruturação do projeto que hoje é “um jornal digital, falado em português, feito por uma geração de nativos digitais, multidisciplinar, criativa e capaz de desempenhar um trabalho jornalístico diferenciado dos demais órgãos de comunicação social”, explicam. Agora são uma startup e querem ser diferentes dos media tradicionais – consideram-se independentes e a voz de uma geração, a dos millennials.