Como é viver com a tua filha e com a tua mãe? “Moro com a minha mãe desde sempre, até hoje porque tenho uma bebé e infelizmente trabalho em part-time, por dois motivos: 1º porque o colégio (local de trabalho) não me aumenta a carga horária e 2º não arranjei vaga para a minha filha numa creche pública. Vou gostando de viver com eles,tem dias que até nos damos bem, mas tem outros que só os quero ver pelas costas, porque no fundo quem manda em casa é a mãe! (risos) Sinto-me independente, tenho as minhas limitações. No futuro gostava de encontrar uma creche pública para a Beatriz (não está nada fácil), encontrar um full time e poder ter casa própria.
Débora Teixeira – 26 anos, V.N.Gaia
Há quanto tempo vives com os teus pais? “Vivo com os meus pais há 25 anos e continuo a viver com eles porque ainda não fez sentido para mim sair de casa. Temos uma vida a três maravilhosa, conversamos os três, organizamos a nossa biblioteca, vemos filmes. Há alturas em que eles não estão em casa porque têm as suas coisas para fazer, e há alturas em que eu não estou em casa pelo mesmo motivo, e vamos gerindo as coisas assim. Para além disso, Sinto-me independente, trabalho para não lhes pedir dinheiro para as minhas coisas (de educação, lazer, saúde), tenho teto e comida, muito afeto e adoro viver com eles . No futuro, gostava de constituir família e construir eu um lar, ter filhos. Não sei para quando, não tenho pressa”
Leonor Figueiredo – 25 anos, Porto
Como vai ser o final feliz? “Sempre vivi com os meus pais e irmã com exceção de um ano e meio, estive a morar no Porto porque estava a cursar lá. Não me sinto independente mas não tenho muitas opções, estou a pagar o meu carro e fazendo as contas para alugar uma casa não me sobra muito do salário para sair e me divertir, que acho ser o mais importante numa pessoa com menos de 30 anos. Além de que o meu contrato de trabalho é a termo incerto. Quando tiver a vida financeira estabilizada pretendo alugar uma casa sim, mais tarde talvez comprar uma, casar e ter filhos. É assim que imagino o meu final feliz”
Marina Dias – 24 anos, Castelões
Não tens parado, mas voltas sempre, não é? “Para mim, a casa dos pais é um porto seguro. (In)Felizmente é um lugar de passagem entre os trabalhos que arranjo e as viagens que faço. Estive no Algarve e uma vez defendida a tese de mestrado, fiz as malas e fui para a Zâmbia trabalhar durante 6 meses. Tive a possibilidade de voltar a ser feliz em África e de juntar algum dinheiro. Onde realmente se faz uma verdadeira poupança é a viver em casa dos pais, poupa-se nas saudades e dinheiro, claro. Atualmente tenho uma bolsa de investigação na Universidade do Porto e estou cá em improviso. Achei que ia ser complicado voltar a viver com os meus pais, mas surpreendentemente, ou não, adorei este ano que passou.
Francisca Azeredo – 25 anos, Porto
Olá Manuel, que tal a casa dos pais? Vivi na casa dos meus pais até ao secundário, quando entrei para a faculdade vivi em casas partilhadas com outros estudantes. Regressei ao doce lar depois de uma aventura por Lisboa, senti que precisava de repousar e repensar nos planos futuros. Neste momento não tenho um modo de sobrevivência para estar sozinho e não me posso queixar, os meus pais são bastante tolerantes e liberais, confiam no meu trabalho e encorajam-me nas minhas loucuras. Mas eles são a minha base de consciência, é com eles que discuto o que está certo ou errado e da forma como se deve proceder”
Manuel Abelho – 23 anos, Fundão
Porque vives com os teus pais? Vivo com os meus pais desde sempre por uma questão de logística. Como acontece muito no mundo dos atores, nem sempre é possível ter um rendimento mensal certo e trabalhamos muito à base de projetos. Com aquilo que ganhamos temos de nos manter e em muitos casos para garantir algumas despesas muitos atores acabam por ter de trabalhar noutras áreas. A verdade é que neste momento é me bastante conveniente viver com os meus pais. Temos uma relação bastante próxima e funciona bem. Hoje trabalho com dobragens e a nível financeiro não é suficiente para sair de casa, por isso que é melhor assim, posso arriscar na minha carreira por estar em casa deles.
Camila Cerqueira – 23 anos, Luso-Brasileira em Lisboa
Que tal o regresso a casa? “Vivo com eles há 2 anos e meio. Estive viver sozinho enquanto estive a estudar. Quando parei, tive de regressar para o covil.Demorei muito tempo a ajustar-me a esse regresso. É estranho deixar um espaço em que todas as decisões passam por nós, para um em que é raro ter qualquer tipo de controlo. Tenho de comer à hora que os pais querem, comer o que foi comprado, limpar o que outros sujam… Contudo, sinto-me relativamente dependente porque sou financeiramente independente. A minha ideia, quando regressei, era partilhar casa com amigos, mas a maior parte deles não têm motivação de sair de casa dos pais, então voltei. Quem sabe um dia se as rendas deixarem”
Filipe Fernandes – 25 anos, Porto
Dois filhos sem ajuda dos pais, dá? “Tenho família formada e dois filhos (3 anos e 6meses). Moro num apartamento alugado, sou técnica de radiologia e a ajuda dos meus pais é imprescindível porque o meu trabalho fica a 70km de casa e tanto eu como o meu marido trabalhamos por turnos. Mesmo quando não tínhamos filhos, ia lá sempre jantar, porque chego a Resende por volta das 21.30. Agora então com filhos e sem creches 24h por dia, os meus pais, que também ainda trabalham, vão me buscar os meninos, normalmente qdo chego já jantaram e grande parte das vezes até banho já tomaram. Sem eles, era impossível ter filhos, pelo menos a curto prazo”
Diana Lemos – 30 anos, Resende
E aí no sul, que tal? “Basicamente vivi com a minha mãe a vida inteira, tirando uns curtos espaços de tempo que me aventurei por aí. Ainda não saí de casa porque ainda não vejo sentido nisso. Enquanto estiver pela minha terra natal, este é o meu porto seguro.
Adoro viver com a minha mãe, temos uma boa relação. E apesar de viver com ela, tenho toda a liberdade, seja em relação a trazer constantemente ‘amigas’ a casa, ou a fazer serões com a maltinha.
Quando acabar o curso que estou a tirar e se surgir a oportunidade certa, eventualmente vou ter de sair do ninho”
Diogo Lima – 25 anos, Albufeira
Também voltaste há pouco tempo? “Sim. Estou a viver com os meus pais porque decidi criar a minha própria empresa, em janeiro, e não tenho ainda como me sustentar a 100%. Estou a viver com eles desde dezembro. Antes vivia sozinha no Porto. Gosto de viver com eles, apesar de não me sentir independente. Estava habituada a morar sozinha, a ter os meus próprios horários, as minhas coisas. Agora tenho que conciliar os meus horários com os deles e respeitar algumas regras. Espero que esta seja uma situação temporária e que em breve possa voltar a morar sozinha”
Daniela Cerqueira – 26 anos, Santa Maria da Feira
Há quanto tempo estás em casa dos teus pais? “Vivo com os meus pais desde o início deste ano, estudei em Aveiro e fiquei lá a tratar de uns projetos, mas tinha de voltar porque não consegui arranjar nenhum trabalho relacionado com a minha área. Pais são pais, embora tenhamos mentalidades muito diferentes, discussões, temos de cuidar deles e ouvir as suas perspetivas em relação às coisas. Não me sinto independente, de todo, porque tendo muito a seguir o que eles me sugerem. Começo a pensar nas consequências e começo a notar que estou a ficar muito dependente deles novamente, como era antes da universidade”
Francisca Ribeiro – 21 anos, Oliveira de Azeméis
Voltaste a casa dos teus pais?
“Desde que acabei os estudos em Lisboa voltei para casa dos meus pais, há cerca de ano e meio. Enquanto não arranjava trabalho tinha o conforto e estabilidade deles e também não tinha grande motivo para viver fora da casa que considero minha também. Como não passo tanto tempo em casa desde que trabalho sinto-me independente mas depois de viver sozinha e com as minhas regras faz falta às vezes essa independência total de não ter de dar satisfações a ninguém a não ser tu própria. Espero dentro de 1, 2 anos no máximo ter uma casinha para mim”.
Sílvia Ramos – 24 anos, V.N. Gaia
Desde quando vives com os teus pais? “Desde sempre vivo com os meus pais. A conjuntura nacional não permite a jovens estudantes com ou sem trabalho, terem o seu próprio apartamento. Vivo com os meus pais com o objetivo de juntar dinheiro para um dia, mais tarde, quando morar sozinho ou acompanhado, ter uma maior segurança e estabilidade. Claramente que gosto de viver com eles, são os meus pais e fazem tudo por mim tal como eu faço tudo por eles, incluindo ajudar em algumas despesas. O meu plano para o futuro é conseguir arranjar um espaço simples, económico, prático e ecológico onde possa viver com qualidade de vida”
Paulo Torcato – 24 anos, Gondomar
Então e tu, Rikesh? “Sempre vivi com eles. Na minha cultura (origem indiana), era ou ainda é comum os homens ficarem a viver com os pais com a sua mulher. Mas a maior parte, hoje em dia, só sai de casa após se casarem, ou se realmente pretendem ter sua independência. Sempre gostei de viver com eles. Hoje em dia, tenho muita sorte e orgulho em viver lá. Afinal são eles os nossos melhores amigos e tenho total independência. Apesar de neste momento não ser por opção própria, é mesmo pelas dificuldades em arranjar um emprego que não seja precário. Claro que sonho em poder ter casa, viver sozinho, mas isso só será possível se estiver num emprego que o permita.
Rikesh Jayendra Manilal – 29 anos, Porto
Porque é que ainda vives com os teus pais? Vivo com eles desde sempre apesar de, entre os 18 e os 23 anos, ter vivido em Coimbra, Viseu e Porto devido à faculdade e trabalho. Porque é que ainda vivo com eles? Porque simplesmente são as pessoas que gostam verdadeiramente de mim, mas também porque o meu local de trabalho é a 2 quilómetros onde vivem os maus pais. Adoro viver com eles e tenho a minha independência, fruto da boa relação que tenho com eles. O meu plano obviamente passa pela total independência e com o meu próprio rendimento possa ter a minha própria casa e suportar todo o trabalho que a “independência” assim exige.
Carlos Vaz Ferreira – 27 anos, Baião
Também gostas de viver com eles?
“Também vivo com os meus pais desde que nasci, como fiquei a estudar no Porto, não fazia sentido estar a pagar uma segunda casa. Enquanto não acabar o curso e arranjar um trabalho para pagar uma renda tenho de ficar por aqui. Gosto, é sempre bom viver com quem gostamos e os meus pais dão me bastante liberdade, contudo já sinto falta de um espaço meu, com as minhas “regras” e horários, acima de tudo de me sentir capaz de seguir a minha vida por mim. O meu plano agora é acabar a tese e procurar trabalho até este aparecer”
André Avelelas – 25 anos, Rio Tinto
Gostas de viver com os teus pais?
“Vivo com os meus pais desde que nasci, vivo com eles porque não sou financeiramente dependente para ter o meu ninho. É ótimo viver com eles. Claro que andamos sempre às turras mas nunca foram pessoas que me prendessem e não me deixassem viver a minha vida. Sou independente no que toca a pagar o meu gasóleo, as minhas roupas, as minhas férias e as minhas coisas. Gostava de sair de casa dentro de 2/3 anos. O plano seria acabar o mestrado, arranjar trabalho e ‘leave the nest” agora se vai ser possível já são outros tantos”
Beatriz Maia – 23 anos, Maia
Como é com a independência? “Vivi sempre com os meus pais até ir estudar para o Porto. Entretanto, terminei a licenciatura em outubro e voltei a viver com eles, uma vez que estou a fazer um estágio num local perto de casa. Sim, gosto muito de viver com eles mas sinto falta do meu espaço e por isso é que não me sinto totalmente independente. Apesar de ter toda a liberdade do mundo, viver e ainda depender deles monetariamente não me faz sentir independente da forma que gostaria de ser. Quando terminar o estágio e entrar a sério no mercado de trabalho espero viver sozinha, mas sempre perto da casa dos meus pais.”
Ângela Neves – 25 anos, Marco de Canaveses
Porque é que moras com os teus pais? “Vivo com os meus pais desde sempre, apesar de já sentir a necessidade de sair de casa (de ter um espaço meu). Acho que ainda não chegou o momento certo, se é que ele existe. Não quero viver sozinha e viver com o namorado não faz parte dos planos para já, isto também porque me sinto completamente independente e feliz a viver com os meus pais. Mas a médio prazo, que para mim são entre três a quatro anos no máximo, espero estar ainda a trabalhar e a viver com o meu namorado – é um plano de futuro muito simples”
Cristiana Pereira – 25 anos, Resende
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