A febre amarela continua a fazer vítimas no Brasil. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, subiram para nove os mortos pela doença na capital do Estado paulista, depois de confirmado o falecimento de um homem que residia na cidade de São Paulo e teria contraído a doença ao visitar uma chácara (propriedade rural) em Monte Alegre do Sul, na região de Campinas.
O foco principal da doença tem sido no Estado de Minas Gerais. Destes nove casos conhecidos em São Paulo, refira-se, cinco das vítimas foram mesmo infetadas após passagens pela região mineira. Há ainda 25 pessoas com suspeita da doença em tratamento, das quais 17 podem ter contraído a febre amarela silvestre onde vivem, no interior do Estado, em cidades da Grande São Paulo e no litoral. As restantes oito confirmaram ter estado em Minas Gerais.
A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, ele é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Em áreas urbanas, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya. Até agora, nenhum dos casos em Minas Gerais é considerado urbano, sendo que, de acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, a transmissão da febre amarela no país não ocorre em áreas urbanas desde 1942. As confirmações da doença ocorrem quando o paciente apresenta exame positivo para febre amarela, sintomas compatíveis com a doença, exame negativo para dengue e falta ou desconhecimento sobre vacinação.
Há uma semana, eram conhecidos já 137 casos de morte por febre amarela em Minas Gerais. Este é já o maior surto da doença no Brasil desde 1980, ano em que o Ministério da Saúde do país passou a disponibilizar os dados. Até agora, a situação mais grave havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas em todo o país.
Entretanto, a Secretaria Estadual da Saúde paulista salientou que a vacina contra a febre amarela é indicada apenas aos moradores de áreas de risco definidas pelo Ministério da Saúde e para aqueles que vão viajar a esses locais. Pelo contrário, a imunização é contraindicada para gestantes, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (portadores de lúpus, por exemplo)