O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, resolveu emitir um comunicado para esclarecer uma polémica levantada pelo diretor de comunicação do FC Porto. No Porto Canal, Francisco J. Marques apresentou e-mails trocados pelo dirigente e responsáveis do Benfica, onde Luciano Gonçalves pedia bilhetes para um jogo no Estádio da Luz a um preço mais baixo, a ser oferecidos ao Centro Recreativo de Alcanadas.
Agora, Luciano Gonçalves explicou que agiu na condição de Presidente da Mesa da Assembleia Geral dessa coletividade, da qual é sócio desde 1990, referindo ainda que este procedimento é "igual a muitos outros que dirigem a diversas coletividades desportivas, sociais, recreativas". "Não voltarei a permitir que levantem suspeitas sobre a integridade e isenção profissional", disparou o dirigente.
Pode ler aqui o comunicado na íntegra:
"Tendo em conta algumas notícias vindas a público, que sinto visarem-me parcialmente, julgo que se impõe agora, um esclarecimento firme e definitivo sobre essa matéria.
Desde 1990 (há vinte e sete anos) que sou sócio do Centro Recreativo de Alcanadas. Atualmente desempenho a função de Presidente da Mesa da Assembleia Geral dessa coletividade.
Apesar das naturais limitações, a que este tipo de Associações estão sujeitas, lutamos todos os dias para construir um futuro melhor para os mais novos, procurando igualmente oferecer qualidade de vida aos mais idosos.
Foi numa dessas (muitas) iniciativas que, enquanto Presidente da AG e através do meu email pessoal, procurei efetuar a compra de bilhetes para um evento desportivo, há muito pedido e desejado pela esmagadora maioria dos nossos sócios (mais de quinhentos).
Esse procedimento, é igual a muitos outros que dirigimos a diversas coletividades desportivas, sociais, recreativas, etc.
A ida a um evento de grandeza nacional, representa para muitos dos nossos associados, a oportunidade – tantas vezes rara na vida – de poderem usufruir de um momento marcante e memorável.
Na boa fé, com que sempre pautei a minha conduta, pessoal e profissional, negligenciei momentaneamente, o facto de que o futebol português tem sido, por estes dias, um local feio para estar.
Percebo o alcance que se pretende com estas manobras de diversão, numa fase crítica do campeonato, mas não admito – e nunca admitirei – ser usado como arma de arremesso, numa guerra que não é minha nem da arbitragem portuguesa!
Sou independente! Tenho muitos anos no sector, vários como Presidente de Núcleo de Árbitros de Futebol de Porto de Mós, e outros tantos como dirigente da APAF.
Que fique bem claro, para todos: não sirvo interesses de ninguém e tenho uma única missão, que cumpro com a máxima verticalidade: Servir a Arbitragem e os Árbitros de Futebol em Portugal!
Manterei a minha/nossa abertura de diálogo com todos os agentes desportivos (FPF, Liga Portugal, clubes, treinadores e jogadores), sempre no sentido de construir melhorias para o futebol em geral, e para a Arbitragem, em particular!
Não voltarei a permitir, que levantem suspeitas sobre a minha integridade e isenção profissional!
As manobras de bastidores, que fiquem para quem as pratica. Deixem-nos fazer o nosso trabalho, sem nos arrastar para esse lamaçal!"