O dérbi eterno entre Sporting e Benfica conhece este sábado, em Alvalade, a 300ª edição. Um jogo "de paixões", como realçou Jorge Jesus, técnico dos leões, na antevisão. O encontro pode ajudar a definir muito na luta pelo título, já quase reservada exclusivamente a Benfica e FC Porto, mas Jesus recusa entrar por essas contas: para o treinador leonino, o dérbi é para vencer, sim, mas unicamente por motivações internas.
"O mais importante é jogar com qualidade e ganhar, com terceiros não temos nada a ver. Temos de ter paixão, sentimento, responsabilidade, pressão, identidade e crença de ganhar seja a quem for. Neste caso é ao rival, o que faz com que estes jogos sejam mais apaixonados. Mas para nós isso não tem significado. Um dérbi entre Sporting e Benfica é, desde sempre, e sempre será um jogo de paixão, um jogo com características diferentes, pelo sentimento de rivalidade, pela paixão de cada um. Isso faz com que sejam sempre espetáculos entusiasmantes. E espero que, dentro do espetáculo, os jogadores do Sporting tenham mais qualidade do que os do Benfica para podermos ganhar, que é o nosso objetivo", realçou Jesus, considerando também que não será uma eventual vitória sobre as águias a salvar a época: "Salvar, não salva nada, porque o Sporting vive de títulos. Não os ganha há muitos anos, mas essa é a nossa história. Estamos num processo de recuperação. Foi para isso que vim para aqui. Estamos cada vez mais perto e a montar uma estrutura capaz de combater os nossos rivais. O caminho está a ser traçado. Estamos no caminho certo."
Questionado sobre o encontro da primeira volta, onde o Benfica venceu por 2-1 com polémica à mistura, Jorge Jesus garantiu ser este um tema já ultrapassado no balneário leonino. "Um treinador não motiva nenhuma equipa focando os erros de arbitragem. O que nós procuramos é analisar todos os comportamentos do adversário em relação ao jogo. Sobre arbitragem, não falo quase nada com os jogadores, até porque é tão evidente que nem vale a pena repetir as coisas, que só nos trazem tristezas. Falo é de alegrias, não de tristezas", disparou, desvalorizando ainda a possibilidade de vir (ou não) a cumprimentar Rui Vitória. "Dar o pontapé de saída? Isso quem dá é o William ou outro jogador pela equipa do Benfica. Já falei sobre isso na casa certa [fórum de treinadores]. A circunstância, depois do jogo, é que poderá ditar isso. Antes, como sempre, é uma norma minha: vou estar concentrado."
Para a receção às águias, o Sporting surge quase na máxima força: só não pode contar com o castigado Marvin Zeegelaar. O seu substituto será um de três nomes: Bruno César, Jefferson ou Esgaio. Qual… é que Jesus não quis dizer. "Temos três hipóteses para escolher e, obviamente, durante a semana fui à procura da que nos dê mais garantias. Apesar de já ter mais ou menos a opção tomada, amanhã ainda temos treino e depois logo vemos", realçou, rejeitando também a hipótese de apresentar "surpresas" no onze: "Quando quero lançar algum jogador que não tenha sido primeira opção tem mais a ver com a estratégia de jogo. Acho que isso só terá influência com o jogo a decorrer. Antes, ninguém vai surpreender ninguém, até pelo conhecimento da equipa do Benfica."