De acordo com números da Docapesca, a quantidade de pescado baixou 18% entre 2010 e 2015 e o preço aumentou 7,8% (46 cêntimos).
Segundo a presidente da Docapesca, a redução das capturas deve-se a fatores como “a restrição das capturas, através das quotas definidas pela União Europeia ou de medidas de protecção das espécies, o número de dias efetivos de pesca, o número de embarcações com licença ou o estado de exploração dos stocks.
Teresa Coelho, citada pelo “JN”, aponta que o aumento do preço médio “revela uma tendência de valorização do pescado devido à existência de condições que permitem garantir maior qualidade do produto”.
A responsável considera que assim se consegue um comércio mais justo e se esbate a diferença entre o preço médio em lota e o valor da venda ao consumidor final. Teresa Coelho diz ainda “a mesma espécie tem diferentes preços em diferentes lotas”, pelo que o preço varia de lota para lota e de espécie para espécie.
Em 2016 houve 15 espécies a desvalorizar e 143 a subir de valor.
Em meados de abril um estudo revelou que cada português consome uma média anual de 62 quilos de peixe, perto de 170 gramas por dia. O número é três vezes superior à média da União Europeia.
O documento de um conjunto de ONG ligadas à pesca aponta ainda que os barcos portugueses fornecem apenas um quarto do peixe consumido no país. Os outros três quartos são importados.
Dados do Instituto Nacional de Estatística relativos a 2015 indicam que Portugal tem quase menos 18 mil pescadores do que há 30 anos, período em que também perdeu mais de metade da frota de pesca.
Em 1986, Portugal produzia 70% das suas necessidades de abastecimento interno. Atualmente só captura pouco mais de 30% do peixe consumido.